Rio de Janeiro vive boom dos retrofits no setor imobiliário
Rio de Janeiro vive boom dos retrofits no setor imobiliário

Um dos edifícios mais emblemáticos do modernismo carioca vai ganhar nova vida em um projeto que une legado histórico e transformação urbana. Projetado por Lúcio Costa em 1969, o prédio localizado no início da Avenida Presidente Vargas, na Praça Pio X; marco de entrada da chamada “Zona Sul” do Centro, será retrofitado e lançado ainda em 2025. O empreendimento marca a estreia da parceria entre a incorporadora Fator Realty e a gestora CIX Capital, que já planejam estender a colaboração para outros imóveis na região e em diferentes áreas da cidade.

O anúncio ocorre em meio a um boom de requalificação no Centro, impulsionado pelo programa Reviver Centro, que prevê incentivos fiscais e urbanísticos para a conversão de edifícios comerciais em residenciais. De acordo com a Prefeitura, mais de 50 projetos já foram protocolados desde 2021, representando um potencial de novas unidades habitacionais. O movimento atrai incorporadoras como Cyrela, Opportunity, Akko e outras, que veem na região uma combinação rara de infraestrutura consolidada, oferta de transporte de massa e imóveis com valor histórico. “O Centro do Rio vive um novo capítulo, e queremos ser protagonistas dessa história”, afirma Vasco Rodrigues, CEO da Fator Realty, ao destacar o objetivo de devolver vitalidade ao coração pulsante da cidade.

Retrofit no Brasil e no mundo

O movimento de retrofit de prédios históricos vive um boom em grandes cidades do mundo, de Nova York a Lisboa, impulsionado por três fatores principais: sustentabilidade, escassez de terrenos em áreas centrais e valorização cultural. Estudos como o ‘Deep Energy Retrofit’ destacam que reabilitar uma construção pode gerar redução de emissões de carbono do que erguer um edifício novo, ao mesmo tempo em que preserva a memória urbana e atrai turismo. Exemplos emblemáticos incluem o Battersea Power Station, em Londres, transformado em complexo de uso misto, e o antigo Post Office Building, em Nova York, hoje adaptado para abrigar escritórios modernos.



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p data-start=”636″ data-end=”1333″ data-is-last-node=”” data-is-only-node=””>No Brasil, a tendência ganha corpo, sobretudo em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde legislações recentes oferecem incentivos urbanísticos e fiscais para empreendimentos em imóveis antigos. Na capital paulista, o programa Requalifica Centro tem atraído incorporadoras interessadas em transformar prédios das décadas de 1930 a 1970 em moradias e escritórios. Já no Rio, o Reviver Centro permite a transferência de potencial construtivo para quem aposta na revitalização, atraindo grandes grupos como a Fator Realty e a CIX. Além de dar nova vida a áreas degradadas, o retrofit pode valorizar os imóveis em até 30% e se consolidar como aposta de investidores atentos às metas de descarbonização e ao selo verde.

A parceria

A escolha da Fator como parceira foi estratégica: a incorporadora tem expertise consolidada no mercado nacional e histórico de sucesso em retrofits de edifícios emblemáticos, como o antigo prédio da Rio Urbe, no Humaitá — hoje em transformação no residencial de alto padrão FIRST, já com mais de 75% das unidades comercializadas.

“O programa Reviver Centro tem sido um divisor de águas para o mercado imobiliário carioca, atraindo investimentos de fora do estado e viabilizando projetos que transformam a cidade de forma estrutural. O retrofit deste icônico edifício na Praça Pio X é mais do que um empreendimento: é parte de uma mudança profunda na dinâmica econômica e urbana do Rio, com impacto direto também em outras indústrias, como turismo, comércio e serviços”, destaca Vasco Rodrigues, CEO da Fator Realty.

Com 69 anos de atuação e tendo realizado empreendimentos em 14 estados, a Fator Realty já entregou mais de 60 mil unidades, consolidando-se como uma das maiores incorporadoras do país. Especializada também em construção civil de alta complexidade, tem no portfólio projetos hospitalares entregues para grandes grupos hospitalares como Amil, Unimed e Dasa e construção de shopping centers para grandes grupos nacionais como ALLOS e Multiplan.

A CIX Capital, por sua vez, é uma investida do Grupo Maiz, que atua no mercado financeiro de capitais no Brasil e no exterior, com foco no segmento imobiliário. Com um portfólio de R$ 2,8 bilhões e mais de 100 negócios realizados em cidades como São Paulo, Manaus, Miami e Nova York, a empresa escolheu o Rio de Janeiro como novo destino estratégico de atuação.

“Participar do Reviver é trazer impacto positivo para a cidade, com a ocupação de imóveis na região, geração de empregos, crescimento do comércio local e qualidade de vida para a população. Com investidas em retrofit no mercado americano, a CIX Capital agora chega ao Rio de Janeiro contando também com a experiência e solidez da Fator Realty. O fundo estruturado para o empreendimento, o CIX Retrofit FII RL, demonstra um potencial atrativo com bom retorno para os investidores”, afirma Carlos Balthazar, CEO da CIX Capital.

Um símbolo modernista com vista para a Candelária

Segundo Vasco Rodrigues, o novo empreendimento vai preservar e realçar o legado arquitetônico de Lúcio Costa, com vista livre e privilegiada para um dos cartões-postais mais simbólicos da cidade: a Igreja da Candelária. “O projeto será um marco por outro motivo: será um residencial de alto padrão lançado em uma das ruas principais do Centro do Rio”, diz o executivo. Com interiores assinados pela arquiteta Natália Lemos e layout do escritório Arquitetural, o retrofit vai respeitar as características originais do edifício modernista, mantendo vivas as linhas limpas, o uso inteligente da luz natural e a relação harmoniosa com a paisagem urbana.

“Preservar esse edifício é também preservar a história da cidade e entregá-la renovada para as próximas gerações. Com 154 unidades, o lançamento do empreendimento está previsto ainda para este ano de 2025 e marca o início de uma nova fase de requalificação urbana no Centro do Rio, combinando valorização imobiliária, preservação do patrimônio e inovação no uso de espaços históricos”, destaca.