RYD projeta expansão com foco em delivery farmacêutico
RYD projeta expansão com foco em delivery farmacêutico

Mesmo após o fim do período mais crítico da pandemia de Covid-19, o serviço de delivery para farmácias permanece como principal frente de atuação do aplicativo de entregas e coletas RYD. A empresa, que surgiu em 2018 como solução de mobilidade urbana, consolidou o segmento farmacêutico como carro-chefe de suas operações, sustentada por uma demanda contínua e crescente por conveniência, agilidade e segurança na entrega de medicamentos e produtos de saúde.

Desde 2020, o delivery farmacêutico deixou de ser uma alternativa emergencial para se tornar parte do cotidiano de milhares de brasileiros. Dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), divulgados pelo SincofarmaSP, reforçam essa tendência. Em 2022, o segmento registrou crescimento de 40% em relação ao ano anterior, movimentando mais de R$ 815 milhões.

O número reflete não apenas a continuidade da demanda, mas também a adaptação do setor às novas exigências do consumidor, que passou a valorizar agilidade, segurança e comodidade nas compras de produtos de saúde.



“Os brasileiros adotaram com firmeza os aplicativos de entrega e pagamentos digitais. Hoje, pedir remédios pelo celular é mais comum do que se deslocar até a loja”, afirma Ricardo Odon, CEO da RYD.

Em 2025, a empresa alcançou a marca de 10 mil entregas diárias em todas as capitais e mais de 500 cidades brasileiras. Esse crescimento foi impulsionado por parcerias com grandes redes de farmácias que passaram a integrar o ecossistema logístico da empresa. No entanto, o executivo ressalta que a estratégia exigiu superar desafios técnicos e operacionais.

“Cada rede possui sistemas próprios de gestão e estoque. Desenvolvemos integrações por meio de interfaces seguras e em tempo real para garantir fluidez no processo”, explica. “Além disso, foi necessário alinhar rigorosamente os SLAs de retirada e entrega, além de capacitar entregadores e equipes internas para o manuseio adequado de medicamentos, incluindo protocolos específicos de temperatura e embalagem”, acrescenta Odon.

Segundo ele, o comportamento do consumidor também passou por transformações significativas nos últimos anos devido à menor tolerância ao deslocamento físico, o crescimento do e-commerce de saúde e o avanço da telemedicina, criando um ambiente favorável ao delivery farmacêutico.

“A prescrição eletrônica tornou o processo de compra mais fluido, e a preocupação com saúde preventiva levou ao aumento da demanda por suplementos e dermocosméticos, que também podem ser entregues pela nossa plataforma”, destaca.

Com objetivo de garantir eficiência nas entregas de itens urgentes, como medicamentos controlados ou de uso contínuo, a RYD investiu em mapeamento de zonas críticas e posicionamento estratégico de hubs locais. O sistema de despacho identifica automaticamente itens prioritários e atribui máxima urgência no roteamento.

“Os entregadores passam por certificações específicas para o transporte de produtos controlados, com foco em garantir conformidade com as exigências legais e médicas”, explica o CEO.

A tecnologia também se tornou outro pilar central da operação. Odon ressalta que a empresa utiliza algoritmos de roteirização dinâmica que recalculam trajetos em tempo real, considerando trânsito e janelas de entrega. Além disso, os parceiros comerciais têm acesso a dashboards de performance com indicadores de volume, taxa de sucesso e tempo médio de entrega.

“A integração com sistemas de pagamento e ERP das farmácias pode reduzir retrabalho e melhorar a reconciliação de vendas, otimizando a experiência tanto para o cliente final quanto para os estabelecimentos”, evidencia.

A RYD também projeta expansão para novas regiões. A primeira fase, entre o segundo semestre de 2025 e o primeiro de 2026, contempla o interior das regiões Sudeste e Sul, aproveitando a infraestrutura já existente. A segunda fase, prevista para 2026, mira os principais mercados do Nordeste e Centro-Oeste.

“A meta é aumentar o volume de pedidos mensais, passando de 50 mil para 75 mil entregas no mês, e atingir R$ 50 milhões de faturamento bruto anual até o final de 2026”, estima o executivo.

Para ampliar sua atuação no setor de saúde, a empresa está investindo em entregas para laboratórios, com foco em futuras funcionalidades de coleta domiciliar de exames. “Com a crescente adoção de serviços digitais no setor de saúde, o delivery farmacêutico deixará de ser diferencial para ser padrão de mercado. Redes que não oferecerem essa opção perderão competitividade, especialmente diante de consumidores acostumados à rapidez e transparência das plataformas digitais”, conclui.