Ao encerrar o décimo mês do ano, o sistema de consórcios voltou a superar marcas anteriores ao alcançar 4,34 milhões de cotas vendidas no acumulado de janeiro a outubro. Com 15,7% mais que as 3,75 milhões totalizadas no mesmo período de 2024, as adesões quebraram um recorde histórico da modalidade.
Os negócios decorrentes somaram R$ 423,02 bilhões, 34,9% acima dos R$ 313,48 bilhões passados, de acordo com as estimativas levantadas pela assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, junto às suas associadas.
Neste ano, as vendas mensais, considerando todos os setores nos quais o consórcio está presente, vêm anotando volumes expressivos, contribuindo para novas conquistas. Em setembro, chegaram a 507,14 mil cotas, e em outubro, superaram 518,18 mil, cravando marcas inéditas dos últimos dez anos.
Ainda em outubro, o volume de participantes ativos também bateu recorde, ao atingir 12,36 milhões, 11,0% maior que os 11,14 milhões calculados naquele mês de 2024.
No acompanhamento mensal de consorciados ativos, de janeiro de 2022, quando havia 8,21 milhões, evoluiu consecutivamente para 12,36 milhões até outubro de 2025, com exceção de abril de 2023. O crescimento nos quarenta e seis meses foi de 50,5%.
A soma de participantes ativos em cada um dos setores ficou assim distribuída: 42,5% em veículos leves; 25,6% nas motocicletas; 21,3% em imóveis; 7,4% em veículos pesados; 2,1% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,1% em serviços.
A totalização de consorciados contemplados foi de 1,48 milhão, de janeiro a outubro, um avanço de 5,0% sobre as 1,41 milhão dos mesmos meses de 2024. A liberação de créditos relativa às contemplações acumulou pouco acima de R$ 101,86 bilhões, 25,6% maior que os R$ 81,07 bilhões do ano passado.
O tíquete médio de outubro foi de R$ 107,62 mil, 32,7% sobre os R$ 81,07 mil, registrados naquele mesmo mês de 2024. Trata-se de média ponderada resultante dos valores obtidos nos setores de veículos leves, motocicletas, veículos pesados, imóveis, serviços, e eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis.
Detalhes dos indicadores
Vendas de cotas
As 4,34 milhões de cotas comercializadas e acumuladas nos dez meses estiveram divididas: 1,63 milhão em veículos leves; 1,22 milhão em motocicletas; 1,14 milhão em imóveis; 169,94 mil em veículos pesados, 143,47 mil em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 50,99 mil em serviços.
De janeiro a outubro, dos seis setores, nos quais o consórcio está presente, cinco apresentaram altas nas vendas de cotas: imóveis, com 38,9%; eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com 33,9%; serviços, com 14,6%; veículos leves, com 12,1%, e motocicletas, com 8,6%;
Houve apenas uma retração: veículos pesados, com (-16,8%), cuja recuperação vem ocorrendo gradativamente em busca da normalidade. A baixa registrada acompanha as retrações observadas principalmente nas vendas no mercado interno de caminhões e implementos rodoviários. No consórcio, as adesões de outubro apresentaram desempenho próximo à média do ano, 17 mil, com 16,70 mil cotas comercializadas.
Contemplações
Nos meses de janeiro a outubro, as 1,48 milhão de contemplações estiveram assim distribuídas: 634,05 mil de veículos leves; 574,40 mil de motocicletas; 118,09 mil de imóveis; 79,63 mil de veículos pesados; 48,24 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 29,81 mil de serviços.
Participantes ativos
Nos 12,36 milhões de participantes ativos, cada setor apresentou os seguintes volumes: 5,25 milhões em veículos leves; 3,17 milhões em motocicletas; 2,63 milhões em imóveis; 916,81 mil em veículos pesados; 265,06 mil em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 125,93 mil em serviços.
Tíquete médio de 2021 a 2025
Ao analisar os resultados dos tíquetes médios dos meses de outubro nos intervalos dos últimos cinco anos, constatou-se um avanço nominal de 66,2%. Ao descontar a inflação (IPCA) de 23,9% verificada no período, na relação da diferença de R$ 64,76 mil, em outubro de 2021, para os R$ 107,62 mil, no mesmo mês de 2025, houve valorização real de 34,1%.
"O sistema de consórcios continuou a crescer e até surpreendeu as expectativas divulgadas em 2024 em quase todos os setores e no geral, em dez meses Ao demonstrar confiança, o consumidor brasileiro vem aderindo ao mecanismo, apoiado principalmente nos conhecimentos da essência da educação financeira. O resultado desse constante amadurecimento está no bom planejamento das finanças pessoais, incluindo o consórcio como opção para aquisição de bens ou contratação de serviços", ressalta Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.
A potencial presença dos consórcios na cadeia produtiva
No início dos anos 60, quando ainda no começo da indústria automobilística no Brasil, havia ausência de linhas de crédito para financiamento de venda dos primeiros automóveis fabricados. A falta oportunizou a criação do consórcio como solução na forma de autofinanciamento.
A possibilidade, genuinamente brasileira, abriu um caminho simples para o consumidor alcançar os objetivos de aquisição ou troca de automóvel. Nos dez meses de 2025, a potencial presença no setor automotivo esteve em um a cada três veículos leves vendidos no país.
No segmento das motocicletas, no mesmo período, as contemplações sinalizaram a potencial aquisição de uma moto a cada três comercializadas no mercado interno.
Outra situação pode ser constatada nos veículos pesados. Com a nova divisão, a partir da recente realidade setorial que indicou aproximadamente 51% para máquinas agrícolas, 41% para caminhões e 8% para outros equipamentos destinados ao transporte rodoviário de carga, implementos rodoviários e agrícolas, ônibus, aeronaves e embarcações, o consórcio assinalou uma a cada quatro vendas de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas para o setor de transportes, com destaque especial para aplicação no agronegócio.
De janeiro a outubro, o consórcio disponibilizou para diversos setores econômicos, por meio das contemplações, recursos da ordem de R$ 101,86 bilhões. O Sistema atingiu 30,9% de potencial presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 31,5% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 26,0% no mês.






























