As cirurgias para correção visual têm como objetivo melhorar a acuidade ocular e reduzir ou eliminar a necessidade do uso de óculos ou lentes de contato. Essas intervenções tratam diferentes tipos de erros refrativos e condições relacionadas à visão, adaptando-se ao perfil e estilo de vida do paciente.
De acordo com a Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa (ABCCR), as diferentes técnicas cirúrgicas para a correção visual são indicadas conforme características específicas do paciente, como idade, grau de erro refrativo e anatomia ocular.
O Dr. Guy Romaguera Canto, oftalmologista e titular da ABCCR, explica que atualmente existem dois grandes grupos de cirurgias para correção visual indicadas para quem deseja se livrar dos óculos: as cirurgias a laser e os implantes de lentes intraoculares.
“As cirurgias a laser remodelam a curvatura da córnea para corrigir miopia, hipermetropia e astigmatismo. Já os implantes intraoculares são indicados especialmente para quem tem mais de 45 anos ou começa a notar sinais de presbiopia”, relata o especialista.
A presbiopia é a dificuldade para enxergar de perto conforme o avanço da idade, conhecida popularmente como vista cansada. Segundo o oftalmologista, a ceratomileusis in situ assistida por laser (LASIK) e a ceratectomia fotorrefrativa (PRK) são tipos de cirurgias a laser ideais para pacientes até cerca de 45 anos, com boa espessura corneana.
“A escolha do procedimento depende da idade, do grau, da anatomia ocular e do estilo de vida do paciente. Os implantes de lentes intraoculares podem ser com a troca do cristalino ou com lentes fáficas — colocação de uma lente dentro do olho sem retirar o cristalino natural”, detalha o profissional.
Avanços técnicos e personalização dos tratamentos
Canto aponta que o principal avanço nas cirurgias a laser está na adaptação individualizada do tratamento. “Os avanços mais recentes estão na personalização da ablação, processo em que o laser remove camadas da córnea para corrigir erros de refração. Lasers de alta precisão ajustam o tratamento ao perfil óptico individual de cada córnea”, afirma.
Segundo o oftalmologista, esses avanços reduzem distorções na visão e melhoram a qualidade visual, especialmente à noite. “Além disso, técnicas como PRK transepitelial e o uso de mitomicina tornaram a recuperação mais confortável e segura. Isso reforça a cirurgia refrativa a laser como uma das principais e mais seguras opções para correção da miopia, da hipermetropia e do astigmatismo”, evidencia.
O especialista ressalta que, para pacientes com presbiopia, os avanços mais significativos estão nas lentes intraoculares multifocais e estendidas de foco, que ampliam as opções de correção visual em relação à cirurgia a laser para esta condição.
“A técnica mais eficaz para estes pacientes tem sido a troca do cristalino por lentes intraoculares premium, como as lentes multifocais ou estendidas de foco, que permitem visão para longe, perto e intermediário sem óculos. Com essa tecnologia, muitos pacientes voltam a ler, ver o celular e dirigir sem depender de óculos multifocais”, revela Canto.
De acordo com o médico, as lentes intraoculares evoluíram de forma expressiva. Atualmente existem modelos que reduzem efeitos colaterais, como halos — círculos de luz que aparecem ao redor de fontes luminosas — e reflexos, além de oferecerem boa visão em diferentes distâncias.
“As lentes tóricas corrigem o astigmatismo com precisão, enquanto as multifocais ou de foco estendido devolvem ao paciente uma vida sem óculos para atividades cotidianas. Para quem busca qualidade de vida e liberdade após os 50 anos, é uma das melhores alternativas disponíveis”, afirma Canto.
O oftalmologista reforça que o implante de lentes intraoculares é a preferência em casos de presbiopia, catarata inicial, altos graus de erro refrativo ou quando há contraindicações à cirurgia a laser.
Segundo o especialista, essa técnica é escolhida por muitos pacientes acima dos 45 anos que buscam um resultado definitivo, sem a necessidade de trocar os óculos ao longo do tempo, uma vez que o cristalino natural continua a envelhecer mesmo após uma cirurgia a laser.
Aspectos da correção da visão
Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde (MS), cerca de 285 milhões de pessoas no mundo têm a visão prejudicada, sendo que entre 60% e 80% desses casos poderiam ser evitados ou tratados. No Brasil, esse grupo é de 35 milhões de pessoas.
“Corrigir a visão vai além de enxergar com nitidez. É retomar a autonomia nas tarefas cotidianas, ganhar independência e preservar a liberdade de ir e vir com segurança. Com as possibilidades atuais, esse cuidado se traduz em mais conforto e bem-estar para viver com plenitude todas as fases da vida”, defende o médico.
Canto pontua que uma consulta detalhada, com exames avançados e tempo suficiente para esclarecer todas as dúvidas, é fundamental para afastar os receios naturais de quem considera passar por uma cirurgia para correção visual, que inclui riscos como infecção, olho seco, brilho noturno e, raramente, subcorreção — quando a correção fica aquém do necessário — ou sobrecorreção — quando a correção ultrapassa o ideal para o paciente.
“Embora toda cirurgia envolva riscos, as técnicas modernas oferecem índices de segurança extremamente elevados. Com a tecnologia adequada e um plano cirúrgico personalizado, é possível transformar a visão com tranquilidade. Muitos pacientes relatam que gostariam de ter tomado a decisão antes”, reforça o especialista.
O oftalmologista ressalta que, para garantir os melhores resultados, é fundamental seguir rigorosamente as orientações no pré e pós-operatório, além de escolher um cirurgião experiente, com acesso a tecnologias de ponta e capacitado para indicar o procedimento mais adequado a cada caso.
Para mais informações, basta acessar: guycanto.com.br