O uso de inteligência artificial (IA) combinada à gamificação vem sendo incorporado por empresas brasileiras como estratégia para transformar treinamentos corporativos. Segundo a consultoria Mordor Intelligence, o mercado global de gamificação deve crescer de US$ 15,43 bilhões em 2024 para US$ 48,72 bilhões até 2029, com uma taxa média anual (CAGR) de 25,85%.

No Brasil, edtechs como a Ludos Pro aplicam essas tecnologias para personalizar o aprendizado e engajar colaboradores. A empresa utiliza IA generativa para criar conteúdo de acordo com o perfil dos usuários, organizando trilhas de desenvolvimento com mecânicas interativas inspiradas em jogos.

“A convergência entre inteligência artificial e gamificação está redefinindo a forma como as empresas capacitam seus times. Saímos de treinamentos genéricos e pouco atrativos para experiências personalizadas, imersivas e orientadas por dados. Esse movimento não é apenas tecnológico — é estratégico”, afirma Danilo Parise, CEO e cofundador da Ludos Pro.



Plataforma otimiza trilhas de aprendizado

A Ludos Pro oferece uma Plataforma de Experiência de Aprendizagem (Learning Experience Platform — LXP) que otimiza a criação de conteúdos e trilhas de capacitação. Segundo a empresa, a solução reduz o tempo necessário para desenvolvimento de materiais e ajusta a experiência de acordo com as necessidades dos colaboradores.

“Utilizamos inteligência artificial para adaptar os conteúdos de aprendizagem ao perfil dos usuários, considerando seus comportamentos e preferências. A proposta é tornar o processo mais personalizado e eficiente”, explica Matheus Marques, gerente de produto da Ludos Pro.

Entre os clientes que já utilizam a ferramenta estão Saint-Gobain, Harman, Decathlon, Unimed e Construtora Tenda. Dados internos apontam que os usuários da plataforma superam 85% nos indicadores de desempenho educacional.

Diagnóstico orienta o investimento em T&D

De acordo com a pesquisa Panorama do Treinamento no Brasil 2024/2025, 52% das empresas já definem seus orçamentos de T&D com base em levantamento ou diagnósticos de necessidades específicas, ultrapassando o uso de métricas quantitativas, como horas de curso por colaborador.

A mesma pesquisa mostra que 17% dos profissionais da área utilizam IA (inteligência artificial) para apoiar a pesquisa dos desenvolvedores de cursos; 8%, para verificar necessidades e sugerir conteúdos personalizados; 8%, na criação de imagens, vídeos e telas; e 7%, com chatbots como assistentes de aprendizagem.

Setor de IA na educação cresce no mundo

Globalmente, o mercado de IA na educação também avança. Um estudo da Grand View Research estima que o setor atingirá US$ 32,27 bilhões até 2030, impulsionado pela busca por soluções escaláveis e personalizadas.

Tanto no setor público quanto no privado, a tendência aponta para uma transformação digital na forma como o conhecimento é desenvolvido e compartilhado dentro das organizações.

“A combinação entre inteligência artificial e gamificação não é apenas uma tendência tecnológica — é uma mudança de paradigma. Empresas que colocam o colaborador no centro da estratégia de aprendizagem, com soluções personalizadas, interativas e seguras, já colhem ganhos concretos em performance e engajamento. À medida que o mercado amadurece e a tecnologia avança, o futuro do aprendizado organizacional será definido por quem souber aliar inovação com propósito”, comenta Parise.