O mercado global de agentes autônomos, sistemas de inteligência artificial capazes de tomar decisões e executar tarefas sem intervenção humana constante, deve expandir de US$ 7,84 bilhões, em 2025, para US$ 783,27 bilhões até 2037. A projeção faz parte de um relatório divulgado pela consultoria Research Nester

De acordo com o relatório, o crescimento do setor, com taxa média anual (CAGR) estimada em 42,5%, reflete a rápida adoção de tecnologias autônomas em diversos setores da economia.

Os números revelam a dimensão dessa transformação. De acordo com pesquisa global do Capgemini Research Institute, 32% dos executivos colocaram os agentes de inteligência artificial como a principal tendência tecnológica para 2025. Já segundo a National Retail Federation, os agentes de IA foram colocados como protagonistas do varejo ainda este ano, influenciando mais de 60% das vendas digitalmente. 



Álvaro Magri, mestre em Ciência da Computação, pesquisador em bioinformática e CTO da Hablla, explica que o avanço foi incorporado ao cotidiano de forma gradual. “Quando um usuário pede a uma assistente virtual para tocar uma música ou recebe uma sugestão de filme personalizada em uma plataforma de streaming, há um agente autônomo processando dados e tomando decisões de forma independente”, afirma.

Impacto nas empresas

A expectativa gerada pelo consumidor de ter interações digitais mais customizadas, personalizadas e proativas também pressiona empresas a adotarem soluções com maior nível de automação e inteligência. Estudo da McKinsey aponta que 71% dos consumidores esperam interações personalizadas e 76% se decepcionam quando elas não acontecem.

“O mercado tem demandado soluções que vão além da simples automação. Existe uma busca por experiências que utilizem o contexto e a intenção da conversa para gerar respostas mais assertivas”, explica Marcus Barboza, Chief Revenue Officer da Hablla.

A startup brasileira desenvolveu uma plataforma de Marketing Conversacional Integrado (MCI), que incorpora agentes autônomos para gerenciar interações em canais como WhatsApp, centralizando atendimento, marketing e vendas.

“Quando falamos de agentes autônomos, não estamos falando de robôs que substituem pessoas, mas de parceiros inteligentes que amplificam nossa capacidade de criar conexões reais com clientes”, explica Marcus. “É a diferença entre ter um atendente automático que segue um script rígido e ter um assistente inteligente que entende contexto, personaliza abordagens e aprende com cada interação”.

Perspectivas futuras

Além do crescimento em volume de mercado, o avanço dos agentes autônomos também aponta para uma transformação no modelo de trabalho. De acordo com a pesquisa feita pela Inc. e Salesforce, 91% dos executivos estão otimistas sobre como a inteligência artificial ajudará seus negócios daqui para frente.

Para Álvaro, a tendência é que os agentes autônomos passem a atuar como extensões das equipes humanas, ampliando a capacidade de atendimento e resposta das empresas. “A evolução não está na substituição de pessoas, mas na criação de recursos que potencializam a produtividade e a capacidade de análise”, afirma.

A era dos agentes autônomos, segundo o especialista, “já faz parte da realidade tecnológica de empresas e consumidores, com impactos diretos nas estratégias comerciais e operacionais de diferentes segmentos”.