Junho, reconhecido globalmente como o Mês do Orgulho LGBTQIA+, destaca no Brasil a persistência da luta por direitos fundamentais em saúde e trabalho. Embora o país celebre conquistas como o casamento civil entre casais do mesmo sexo, o direito à alteração de gênero e nome civil e a criminalização da LGBTfobia equiparada ao racismo, a comunidade ainda enfrenta barreiras significativas no acesso equitativo a serviços de saúde e a oportunidades no mercado de trabalho.

Historicamente, o movimento teve seu marco em 28 de junho de 1969, quando frequentadores do bar Stonewall Inn, em Nova York, reagiram à repressão policial, impulsionando globalmente a defesa da igualdade e diversidade. No contexto atual do Brasil, dados divulgados por entidades ligadas ao trabalho e associações de pessoas LGBTQIA+ evidenciam as dificuldades enfrentadas, como as altas taxas de subemprego e desemprego, a omissão de orientação sexual em entrevistas e a falta de políticas inclusivas nas empresas, tornando a garantia do direito à saúde e às oportunidades profissionais pautas urgentes para essa população.

São muitas as frentes de luta, segundo alguns dados:



Neste cenário, a enfermeira Juliana Galante, especialista em saúde digital e inclusão, aponta a importância de as empresas atentarem para as especificidades de seus funcionários ao oferecerem benefícios, e compartilha a visão que guia seu trabalho na Evah Saúde.

Para a especialista, a inclusão vai além da contratação. “É fundamental que as empresas ofereçam um ambiente de cuidado genuíno, que considere a integralidade de cada indivíduo”, afirma. Ela defende que o papel de especialistas e ferramentas na área de saúde digital é guiar as empresas na construção de políticas que realmente atendam às necessidades de todas as pessoas.

Entre as políticas essenciais para a comunidade LGBTQIA+, estão a importância de que as empresas atentem para as especificidades desse grupo, como a prevenção às infecções sexualmente transmissíveis (IST), o acesso à terapia hormonal, cirurgias de redesignação sexual (quando necessárias) — com acompanhamento multiprofissional — e atenção à gestação, pré-natal e parto.

“Há relatos de pessoas que se deparam com a falta de preparo de profissionais de saúde, o que impacta diretamente seu bem-estar físico e mental, refletindo-se também no contexto corporativo”, alerta Juliana. Para coibir essa situação, ela sugere que as empresas reflitam o quão inclusivos são os serviços de saúde oferecidos.

“Acreditamos em um cuidado mais humano, digital e inclusivo — para todos os corpos, vozes e identidades”, afirma Juliana, ressaltando que o mês de junho deve servir para o fortalecimento de relações de trabalho democráticas, que de fato promovam a inclusão da população LGBTQIA+.