Gestão de pessoas avança com novas prioridades em 2026
O mercado de trabalho brasileiro deve iniciar 2026 com mudanças relevantes na forma como as empresas estruturam suas políticas de gestão de pessoas. Transformações ligadas à digitalização, à reorganização das equipes e à busca por maior eficiência têm levado organizações a revisar processos internos e adotar novas práticas.
Para Polyana Macedo, Gerente Executiva de RPO do ManpowerGroup Brasil, a gestão de pessoas tende a seguir um caminho de ajustes contínuos. "As áreas de RH estão revisitando seus modelos para acompanhar mudanças que ocorrem com maior frequência", afirma. "Há uma necessidade crescente de alinhar produtividade e organização interna."
A adoção de tecnologias emergentes continuará entre os elementos estruturantes da gestão de pessoas no próximo ano. Ferramentas digitais e soluções de inteligência artificial devem apoiar atividades como triagem, análise de desempenho e organização de fluxos. Segundo Polyana, esse avanço requer integração mais clara entre equipes e processos. "A implementação tecnológica só se sustenta quando existe alinhamento entre desenho de processos e uso das ferramentas", explica.
Outra frente prevista para 2026 envolve o fortalecimento de iniciativas de capacitação contínua. Programas de treinamento tendem a ganhar espaço diante das mudanças nas funções e das novas demandas técnicas e comportamentais. "As empresas estão buscando meios de formar parte dos profissionais de que precisam", observa Macedo. "Essa movimentação reduz riscos e amplia a consistência das entregas."
O debate sobre equilíbrio entre produtividade e bem-estar também deve permanecer ativo. Modelos híbridos, rotinas combinadas e políticas de apoio emocional já fazem parte da realidade de muitas organizações e devem continuar em evolução. Para a gerente, esse é um elemento que exige uma abordagem mais estruturada. "A satisfação no trabalho está diretamente ligada ao desenho das jornadas e à clareza de expectativas", destaca. "Ajustes contínuos tendem a trazer resultados mais estáveis."
A diversidade segue entre os temas incorporados às estratégias de gestão de pessoas. Iniciativas voltadas à atração, permanência e desenvolvimento de profissionais de perfis diversos devem continuar avançando. "O foco está em garantir que os processos sustentem a permanência e o crescimento das pessoas", afirma a especialista. "A consistência dessa agenda depende de práticas claras e de acompanhamento próximo."
Além disso, discussões sobre uso responsável de tecnologias e adequação a regulamentos de privacidade e segurança continuam a influenciar decisões das áreas de RH. Para Polyana Macedo, esse movimento tende a ampliar a interação entre RH, TI e jurídico. "A adaptação às regras é parte do cotidiano das equipes e influencia diretamente o modo como processos são estruturados."
A busca por eficiência operacional também deve ganhar intensidade em 2026. Indicadores e análises de cenários devem orientar decisões sobre contratações, custos e produtividade. "O RH está cada vez mais conectado à estratégia organizacional", afirma Macedo. "A adoção de métricas claras permite maior previsibilidade."
Embora a velocidade das transformações varie entre organizações, a combinação entre tecnologia, qualificação, eficiência e revisão de práticas internas deve compor a agenda central de 2026. A expectativa é que empresas avancem em direção a modelos mais estruturados, integrados e sustentados por informações consistentes.
Segundo Polyana Macedo, o próximo ano pode marcar uma etapa de reorganização gradual. "O avanço depende do ritmo e das prioridades de cada companhia", conclui. "A tendência é que ajustes contínuos definam a evolução da gestão de pessoas em 2026."

































Nascido em Oliveira de Azeméis, no norte de Portugal, Monteiro cresceu em uma família ligada ao setor de moldes e plásticos. A base técnica foi consolidada na Universidade do Porto, onde se formou em Engenharia Mecânica. O primeiro passo na indústria ocorreu na Simoldes Aços, em projetos para montadoras europeias e em estudos sobre processos de moldagem, o que o aproximou de cadeias globais do setor automotivo.
O percurso para o empreendedorismo começou cedo. Ainda em Portugal, criou a Plastic & Tooling Concept, voltada ao desenvolvimento de moldes e de produtos plásticos. O negócio, porém, não resistiu à combinação de crise econômica e concorrência com soluções não licenciadas, situação relatada por diversos fornecedores de software industrial na Europa no período pós-crise financeira. O encerramento da empresa levou o engenheiro a um período de reavaliação profissional e à decisão de buscar novos caminhos fora do país de origem.
O México foi o primeiro grande recomeço. Monteiro passou a atuar como projetista freelancer, atendendo empresas ligadas à indústria automotiva e estruturando o trabalho a partir de um escritório montado em casa. O modelo enxuto permitiu retomar projetos na área em que tinha experiência, ao mesmo tempo em que exigiu adaptação a outra cultura empresarial e a diferentes formas de contratar serviços de engenharia.
Anos depois, uma nova mudança de rota o levou ao Brasil. A entrada no mercado brasileiro não foi imediata: questões burocráticas, ausência de rede de contatos e diferenças regulatórias criaram obstáculos iniciais. A inserção ocorreu por meio de uma empresa de serviços de engenharia voltada à indústria automotiva, em projetos em grandes plantas no Nordeste. A partir daí, o engenheiro passou a atuar na gestão de equipes multiculturais e em iniciativas de integração entre times de diferentes países.
Em 2006, a decisão foi abrir o próprio grupo de engenharia, inicialmente a partir de casa, origem da empresa que mais tarde passaria a se chamar LUZA. A expansão do portfólio, a formação de equipes técnicas em diferentes localidades e a assinatura de contratos com montadoras globais contribuíram para consolidar a atuação internacional. A trajetória acompanha um movimento mais amplo do setor, em que empresas especializadas em serviços técnicos passaram a ocupar papel relevante em cadeias globais de fornecimento.
Esse contexto não é isolado. Relatório da consultoria Research and Markets estima que o mercado global de serviços de TI foi avaliado em cerca de 1,5 trilhão de dólares em 2024 e pode alcançar aproximadamente 2,59 trilhões de dólares até 2030, com taxa média de crescimento anual de 9,4%, impulsionado por computação em nuvem, automação e cibersegurança. Já a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO) indica que o gasto mundial com software atingiu cerca de 675 bilhões de dólares em 2024, quase 50% acima do nível observado em 2020, movimento associado à digitalização de processos e à adoção de inteligência artificial em diversos setores.
Foi nesse ambiente que Monteiro adotou, a partir da pandemia de Covid-19, um modelo de equipes distribuídas, conectando profissionais de engenharia e TI em diferentes regiões. A experiência, inicialmente adotada como resposta emergencial às restrições de mobilidade, passou a integrar a estratégia de longo prazo da organização. Hoje, a empresa atua com alocação de especialistas e desenvolvimento de projetos em setores como mobilidade, energia, telecomunicações, tecnologias da informação, mineração, agronegócio, ciências da vida e defesa, em parceria com companhias de médio e grande porte.
A história do engenheiro português também chama atenção pela combinação de formação técnica, recomeços sucessivos e uso das estruturas digitais que se consolidaram nos últimos anos. Em vez de uma trajetória linear, o que se observa é uma sequência de ajustes de rota em resposta a crises econômicas, mudanças de país e transformações do próprio setor. Esse tipo de percurso tem se tornado mais frequente em áreas ligadas à engenharia e tecnologia, em que carreiras internacionais e projetos distribuídos entre várias localidades deixam de ser exceção.
Influenciado por referências familiares e por figuras ligadas ao esporte de alto rendimento e ao empreendedorismo, Monteiro costuma resumir essa trajetória em torno de conceitos como disciplina, resiliência e visão de longo prazo. Para ele, resultados sustentáveis tendem a surgir da combinação entre conhecimento técnico, caráter e capacidade de aprender com ciclos de tentativa e erro. Em um contexto em que a demanda por profissionais qualificados cresce mais rápido do que a oferta, histórias com esse perfil ajudam a ilustrar os desafios e as oportunidades da engenharia na próxima década.
Sobre a LUZA
A LUZA é uma empresa multinacional de engenharia e tecnologia, originada da antiga PTC Group, fundada em 2006. A companhia atua com alocação de especialistas e desenvolvimento de projetos em engenharia e TI, em modelos que vão desde a prestação de serviços sob demanda até entregas turnkey. Com operações no Brasil, Portugal e outros países, está presente em setores como mobilidade, energia, telecomunicações, tecnologias da informação, mineração, agronegócio, ciências da vida e defesa, conduzindo iniciativas que envolvem desenvolvimento de produto, testes, integração de sistemas e otimização de processos industriais.