A Cyan Analytics, agtech brasileira especializada em previsão climática e inteligência de risco agroambiental, divulga sua Previsão Climática Trimestral (novembro, dezembro e janeiro de 2025/2026), que indica a atuação de uma La Niña de fraca intensidade, com impactos distintos nas principais regiões produtoras do país.

O levantamento, que consolida dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) e Instituto Internacional de Pesquisa em Clima e Sociedade, vinculado à Universidade Columbia (IRI), e análise preditiva da Cyan, mostra que o fenômeno — associado ao resfriamento das águas do Pacífico Equatorial — deve manter as chuvas acima da média no Sudeste e Centro-Oeste, com destaque para Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, enquanto o Sul tende a registrar períodos mais secos e quentes, especialmente no Paraná e Rio Grande do Sul.

“Estamos diante de uma La Niña atípica: curta, branda, mas suficientemente capaz de reorganizar o regime de chuvas e influenciar o calendário agrícola. Isso exige uma gestão de risco climático mais dinâmica e regionalizada”, afirma Igor Amarolli, CEO da Cyan Analytics.



De acordo com a análise da Cyan, baseada em dados da NOAA e do IRI, a La Niña deverá persistir até o verão de 2026, sem provocar os extremos típicos de outros episódios recentes.

O fenômeno deve resultar em impactos sutis, porém consistentes, reforçando a importância do uso de modelos de previsão de alta resolução e análises integradas de risco climático.

Impacto para o agronegócio brasileiro

A região central do país deve experimentar um aumento na frequência das Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) — corredores de umidade que elevam os volumes de chuva entre dezembro e fevereiro.

Esse padrão favorece a reposição hídrica para lavouras de soja, milho e café, mas impõe atenção redobrada a pragas, doenças fúngicas e perdas operacionais na colheita.

Já o Sul enfrentará um trimestre com precipitação abaixo da média histórica, embora sem configurar déficit hídrico severo. O risco maior está em janelas curtas de estiagem e ondas de calor, que podem coincidir com fases críticas de florescimento e enchimento de grãos.

No sul dos estados de São Paulo e do Mato Grosso do Sul teremos uma condição um pouco mais de seca, quando comparada às áreas mais a norte das regiões Centro-Oeste e Sudeste.

No Nordeste e Norte, a influência da La Niña leve tende a aumentar discretamente as chuvas no início de 2026, sem grandes excessos.

Índice Cyan de Clima Agrícola (ICCA)

Para facilitar o monitoramento das tendências, a Cyan passa a publicar trimestralmente o Índice Cyan de Clima Agrícola (ICCA) — um indicador que traduz, em uma escala de 0 a 100, o grau de favorabilidade climática para o agronegócio brasileiro, combinando variáveis de chuva, temperatura e regularidade atmosférica.

A Região Sul apresenta o índice 42, com risco moderado de estiagem e picos de calor.

A Região Sudoeste, com índice 68, tem excesso de umidade e temperaturas amenas.

A região Centro-Oeste, com índice 63, tem zonas de convergência frequentes e risco de excesso hídrico.

A região Nordeste, com índice 57, apresenta chuvas acima da média no início de 2026.

A região Norte, com índice 61, tem alta variabilidade, com tendência úmida moderada.

“O Índice Cyan é um instrumento para antecipar riscos e ajustar o planejamento agrícola, logístico e energético. Nosso objetivo é transformar dados complexos em informação estratégica para o produtor e a cadeia do agronegócio”, explica Amarolli.

A Cyan Analytics é uma plataforma de inteligência climática. Tendo trabalhado para mais de 80 clientes, a empresa emprega inteligência artificial e um leque variado de fontes meteorológicas. Essa combinação permite a transformação de grandes volumes de informações em decisões estratégicas valiosas.

Atuando de forma integrada em três segmentos — Agrícola, Seguro e Crédito, e Infraestrutura — a Cyan Analytics fornece dados essenciais para uma gestão estratégica otimizada, buscando os melhores resultados tanto para produtores no campo quanto para empresas, desde as atividades rurais até a logística nos portos.