Reciclagem de óleo vegetal tem baixo índice no país
Reciclagem de óleo vegetal tem baixo índice no país

Menos de 10% do óleo de cozinha usado no Brasil é reciclado, conforme estimativas da Abiove (Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais), baseados em 2019. No período analisado, somente 108 milhões dos 1,17 bilhão de litros passíveis de coleta foram destinados adequadamente.

Ainda de acordo com os dados, repercutidos pelo site Ambiental Santos, a capacidade total de processamento de oleaginosas chegou a 72,3 milhões de toneladas em 2024, um incremento de 4,5% em comparação aos 69,2 milhões de toneladas do ano precedente.

“Esse cenário mostra que existe pouca informação a respeito da seriedade do problema e o maior desafio é educar a população. A Limpa Fossa Itu atua de forma educativa em seu Blog, conscientizando as pessoas, dando dicas e ensinando como contribuir com o meio ambiente de forma segura”, afirma Diogenes Renato, diretor da empresa brasileira Limpa Fossa Itu.



Renato ressalta que o descarte inadequado do óleo costuma gerar entupimentos em residências e redes de esgoto. “No dia a dia, observamos diversos impactos por conta desse problema: o óleo jogado na pia endurece e forma crostas nas tubulações, causando entupimentos em cozinhas e redes de esgoto, problemas frequentes atendidos pela nossa desentupidora em Itu”, frisa.

Ele conta que os entupimentos geram mau cheiro, retorno de esgoto e gastos extras com manutenção, além de aumentar a poluição quando chega aos rios. A qualidade da água dos rios nas bacias hidrográficas da Mata Atlântica não apresentou sinais significativos de recuperação nos últimos anos e 75% deles estão com a qualidade da água regular, ou seja, apresentam impactos ambientais que podem comprometer seu uso para consumo ou lazer.

Segundo indicativos do programa Observando os Rios 2025, divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica e compartilhado pelo portal G1, dos 145 pontos monitorados em 2024, 11 pontos (7,6%) apresentaram qualidade boa, 109 (75,2%) ficaram na categoria regular, 20 (13,8%) foram classificados como ruins e 5 (3,4%) foram qualificados como péssimos, a pior qualificação. A análise revela que nenhum ponto registrou qualidade ótima.

Renato reitera que o óleo descartado de forma incorreta contribui para a poluição de rios, lagos e do solo, agravando a situação diagnosticada pela Fundação SOS Mata Atlântica.

“O impacto é muito grave: apenas um litro de óleo pode contaminar milhares de litros de água potável, formando uma camada que dificulta a oxigenação e prejudica a vida aquática. No solo, esse resíduo impermeabiliza e dificulta a absorção da água da chuva. A falta de conscientização acontece porque muitas pessoas ainda não conhecem pontos de coleta ou não percebem o efeito direto desse descarte no dia a dia”, alerta.

Atualmente, existem diversos projetos regionais e parcerias voltadas para a coleta e reuso do óleo de cozinha, seja na produção de sabão, ração animal ou biodiesel. Nesse panorama, de acordo com Renato, a Limpa Fossa Itu incentiva a população a realizar o envio do óleo de cozinha para pontos de coleta mais próximos da região em que o cliente está.

Na visão do especialista, campanhas educativas são fundamentais para mostrar de forma simples os danos do descarte incorreto e os benefícios do reuso. “Quando a população entende o impacto e conhece os pontos de coleta, adota hábitos corretos que evitam entupimentos e reduzem a poluição”, explica.

Segundo o diretor da Limpa Fossa Itu, a desentupidora busca orientar a população para armazenar e entregar esse resíduo corretamente. “Em todos os atendimentos de desentupimento e limpa fossa nós orientamos os clientes sobre como adotar as melhores práticas de descarte correto do óleo de cozinha e também atuamos de forma educativa no Blog Limpa Fossa Itu”, reporta.