Blefaroplastia híbrida traz avanços no cuidado com o olhar
Blefaroplastia híbrida traz avanços no cuidado com o olhar

A blefaroplastia, cirurgia tradicional para correção das pálpebras, tornou-se o procedimento cirúrgico mais realizado no mundo em 2024, de acordo com dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). O levantamento revela que no total foram realizadas 2.115.360 blefaroplastias no mundo. Este número representa 12,1% do total de cirurgias realizadas por cirurgiões plásticos.

Nos últimos anos, esse procedimento ganhou também uma nova abordagem. Afastando-se do conceito de apenas remover excessos de pele e gordura, a blefaroplastia híbrida surge como um procedimento avançado, integrando técnicas cirúrgicas, enxertos de gordura autóloga e terapias regenerativas para resultados naturais e duradouros.

Essa abordagem, que considera a anatomia global da região periocular, tem redefinido os padrões da cirurgia plástica facial. “A blefaroplastia híbrida se destaca nesse cenário por sua capacidade de atender à demanda por resultados naturais, em um contexto onde pacientes rejeitam a aparência artificial de técnicas mais antigas”, avalia a cirurgiã plástica June Favarin.



Na Clínica Belvivere, em Criciúma (SC), os cirurgiões plásticos June Favarin e Eduardo Favarin realizam a técnica. “O envelhecimento periocular envolve múltiplas camadas: pele, músculo, gordura, ligamentos e suporte ósseo. Um rejuvenescimento eficaz exige tratar todas essas estruturas de forma integrada”, explica a Dra. June Favarin.

De acordo com a cirurgiã, a blefaroplastia híbrida combina a remoção precisa de excessos, quando indicado, com o uso de enxerto de gordura autóloga, extraída do próprio paciente, geralmente de áreas como abdômen ou coxas. Ela explica que esse enxerto é processado e reinjetado em regiões que perderam volume com o envelhecimento, como sulco lacrimal, pálpebras inferiores, transição com a maçã do rosto e têmporas. “A gordura autóloga, rica em células-tronco e fatores de crescimento, não só restaura volume, mas também melhora a qualidade da pele, promovendo regeneração tecidual”, reforça.

Além disso, o procedimento incorpora tratamentos adjuvantes no mesmo ato cirúrgico, como laser de CO₂ fracionado ou peelings químicos, que estimulam a renovação cutânea, melhoram a textura e uniformizam o tom da pele. “A técnica é menos invasiva que abordagens tradicionais, com recuperação mais rápida e resultados previsíveis, mantendo a identidade facial do paciente”, destaca a Dra. June.

A técnica exige alto nível de especialização, com planejamento individualizado baseado na anatomia e nas necessidades de cada paciente. “Não basta cortar a pele. É preciso entender a dinâmica do envelhecimento facial e usar ferramentas que restaurem a harmonia estrutural”, reforça June.

O procedimento precisa ser realizado sob anestesia local com sedação ou geral, dependendo do caso, com tempo cirúrgico médio de 1 a 2 horas e retorno às atividades leves em cerca de 7 a 10 dias. “A blefaroplastia híbrida representa um avanço técnico e conceitual, alinhado às expectativas de pacientes que buscam rejuvenescimento funcional e estético”, conclui a cirurgiã.