Em 2025, as doações feitas por pessoas físicas via Declaração de Imposto de Renda atingiram 321.323 registros, somando R$ 413,99 milhões — crescimento de 8,8% em relação aos R$ 380,36 milhões do ano anterior. Do total de doações, 58,2% foram direcionadas ao Fundo da Criança e do Adolescente (FDCA) e 41,8% ao Fundo do Idoso (FDI), sinalizando maior engajamento com a pauta da infância.

São Paulo (R$ 99,6 milhões), Minas Gerais (R$ 56,7 milhões), Rio Grande do Sul (R$ 52,2 milhões) Paraná (R$ 47,2 milhões) e Santa Catarina (R$ 26,2 milhões) são os estados brasileiros que mais arrecadaram doações feitas diretamente nas Declarações do Imposto de Renda. Todos situados nas regiões Sudeste e Sul, evidenciando a necessidade de redução de desigualdades regionais também nessa ação de solidariedade fiscal.

A curva de crescimento, no entanto, alcançou um universo mais amplo de entes federativos. Exceto o Rio Grande do Sul — muito influenciado pela situação de calamidade pública enfrentada em 2024 — todos os estados registraram aumento no valor das doações na comparação anual.



Em Pernambuco, o volume saltou de 8.324 doações, equivalentes a R$ 9,48 milhões em 2024, para 12.320 registros e R$ 13,11 milhões em 2025. Em uma análise por fundos, 64% dos recursos foram destinados ao FDCA e 36% ao FDI em 2025.

Contribuição direta para ampliar impacto positivo de projetos sociais

O Instituto Conceição Moura, instituição que lidera as ações de transformação social do Grupo Moura, com atuação no Agreste pernambucano e credenciamento no Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, ilustra o impacto positivo das doações. A instituição, que já atendeu mais de 427 mil pessoas em seus dez anos de atividades, atua nas frentes de Educação de Qualidade, Primeira Infância, Formação de Jovens e Arte e Cultura.

Lorena Tenório, coordenadora-executiva do Instituto Conceição Moura, ressalta: “A destinação do Imposto de Renda é uma forma simples e eficaz de fortalecer iniciativas que fazem a diferença na vida de muitas crianças e adolescentes. É um gesto que une solidariedade e compromisso cidadão, gerando benefícios diretos para quem mais precisa. Agradecemos todas as doações, sabendo que nossa responsabilidade aumenta. A todos, nosso muito obrigado por terem sido parte de uma iniciativa fundamental para continuarmos ampliando os impactos positivos dos nossos projetos e ações”.

Maior transparência para gerar mais engajamento

Lançado em junho de 2025, o Destinômetro do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) permite acompanhar em tempo real as destinações feitas na declaração ­— mas não contabiliza doações feitas por depósito ao longo do ano. Esse limite no monitoramento sugere que os números apresentados podem subestimar o montante real arrecadado.

Para a vice-presidente de Política Institucional do CFC, Dorgivânia Arraes, “durante o período da declaração do IR, há uma visibilidade maior, mas a destinação pode ser feita de janeiro a dezembro, o que representa até 6% do imposto devido”. Segundo o Conselho, há potencial para R$ 14 bilhões em doações — logo, os R$ 414 milhões mobilizados em 2025 correspondem a apenas 3% do total possível.

Perspectivas para o próximo exercício fiscal

As tendências para 2026 incluem três eixos centrais: ampliar a educação fiscal por meio de campanhas como “Se Renda à Infância”, informar sobre a possibilidade de deduzir até 6% do IR, e consolidar o parcelamento de doações por Documento de Arrecadação Federal (DARF) — aprovado pela Comissão de Direitos Humanos do Senado em maio de 2025 — para facilitar contribuições.