A logística reversa, com a agenda de boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) que retorna os produtos após o consumo para reciclagem ou descarte adequado, tem ganhado destaque no Brasil nos últimos anos. Além de colaborar com a agenda ESG de diversas empresas, quando realizada com transparência, contribui para a profissionalização e aumento dos índices de reciclagem no país.
A padronização no manuseio de devoluções tem se tornado o principal ponto de atenção das grandes empresas, especialmente no setor de telecomunicações, que lida diariamente com o retorno massivo de equipamentos. Em 2022, o mundo gerou 62 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, com projeção de aumento de 60% até 2030.
“Esta prática associa o desenvolvimento econômico a um melhor uso de recursos naturais, através de novos modelos de negócios e da otimização nos processos de fabricação com menor dependência de matéria-prima virgem, priorizando insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis“, salienta Vininha F. Carvalho, economista, ambientalista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece metas claras para a gestão de resíduos e a responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e consumidores.
O Brasil deu um passo decisivo rumo a um modelo econômico mais sustentável. No dia 8 de maio de 2025, o Fórum Nacional de Economia Circular aprovou oficialmente o Plano Nacional de Economia Circular (PNEC), documento estratégico construído com ampla participação social e técnica. A iniciativa é resultado direto do Decreto nº 12.082/2024, que institui a Estratégia Nacional de Economia Circular e criou o próprio fórum responsável pela aprovação do plano.
A construção deste plano envolveu representantes de diversos setores: ministérios, empresas, academia e sociedade civil. Após ser disponibilizado para consulta pública em fevereiro de 2025, o documento recebeu mais de 1.600 contribuições, resultando em sua versão final agora aprovada.
“Com o aumento da conscientização ambiental e a implementação de novas regulamentações, a logística reversa deve continuar em alta, com impactos já sentidos no meio ambiente e na economia”, finaliza Vininha F. Carvalho.