Home Cultura Lúpulo brasileiro foi tema do Seminário Internacional

Lúpulo brasileiro foi tema do Seminário Internacional

O 1º Seminário Internacional do Lúpulo, realizado em Paulínia (SP), nos dias 19 e 20 de maio, abordou os principais desafios à cultura do lúpulo nacional e convidou líderes empresariais, especialistas e representantes do setor para debater e compartilhar perspectivas, experiências, desafios e oportunidades deste novo momento do lúpulo no Brasil.

O crescimento de 160% na produção nacional de lúpulo, em 2021, trouxe um cenário positivo para os produtores, que visualizam as oportunidades do setor, principalmente em um momento como o de hoje, de dólar alto e guerra no leste europeu. A produção brasileira de lúpulo saltou de 9 toneladas, em 2020, para 24 toneladas, em 2021.

Esse foi um dos pontos de discussão que permearam o seminário: “Precisamos discutir os rumos da produção nacional e fazer com que ela cresça de modo a contribuir com a produção nacional de cerveja. É uma cadeia”, aponta Herman Wigman, diretor da Van de Bergen, organizadora do evento, e vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo).

O aumento na produção nacional do lúpulo insere o Brasil em um mercado com grande potencial de crescimento, uma vez que a planta tem boa adaptação por aqui e garante um produto de qualidade e sabor próprios. “O nosso lúpulo tem qualidade e é bastante competitivo. Precisamos apenas fazer com que ele ganhe força no mercado e se torne referência”, explica Luciano Bertezini, gerente comercial da Brava Terra. Ainda segundo ele, o lúpulo é uma planta de cultivo rápido, mas que exige bastante investimento em tecnologia.

A adaptação da planta no Brasil tem surpreendido e desmistificado a informação de que o cultivo só vai bem em regiões mais frias. O lúpulo nacional tem rendido duas safras contra apenas uma safra nos países mais frios. A meta dos produtores é chegar em três safras no ano. Por isso, valorizar o produto nacional é uma forma de viabilizar o negócio.



Diego Gomes, que é mestre cervejeiro e malteiro formado pela Doemens Akademie, na Alemanha, e diretor Industrial do Grupo Petrópolis, pioneiro e entusiasta da cultura do lúpulo no país, fez uma das palestras mais aguardadas do evento com foco na “Visão de uma grande cervejaria sobre o lúpulo nacional”. Ele apresentou algumas das ações do Grupo Petrópolis que, desde 2018, iniciou uma área experimental destinada à pesquisa com adaptação e cultivo do lúpulo na Serra do Capim, em Teresópolis.

Ao longo da palestra, Diego trouxe dados importantes e contou toda a experiência do Grupo Petrópolis desde o início do cultivo do lúpulo pela cervejaria, até o desenvolvimento e comercialização da primeira cerveja feita com o lúpulo cultivado pela companhia na serra fluminense, a cerveja Black Princess Braza Hops. Além disso, o representante da empresa citou a importância de criar cada vez mais espaços de aprendizagem para despertar essas mudanças no setor e o sistema colaborativo crucial entre produtores, potenciais produtores, empresários, investidores e órgãos do governo.

“Percebemos que era preciso um comitê polivalente para acumular e dividir informações para evoluirmos sobre o assunto dentro da empresa. Temos que ter um sistema colaborativo entre universidades, estado e iniciativa privada. Se isso não andar junto, ninguém avança”, afirma Gomes.

A produção nacional vem registrando aumento expressivo nos últimos anos, mas ainda perde para a importação do produto em grande escala. De acordo com a CervBrasil, Associação Brasileira da Indústria da Cerveja, o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo e produz 14 bilhões de litros por ano. Para isso, importa cerca de 3.200 toneladas de lúpulo por ano.

“Insistimos em importar, quando poderíamos valorizar o produto brasileiro que traz o sabor nacional em função do nosso terroir e do frescor da colheita, uma vez que a entrega do produto é mais rápida”, explica Luciano Bertrzini, gerente comercial da Brava Terra.

Luciano reforça que são vários os entraves para a importação que vão desde o prazo para a chegada do insumo até o preço, mas ainda enfrenta resistência na utilização do produto nacional pelas cervejarias. “Nós precisamos popularizar a produção do lúpulo nacional para aumentar a produção da cerveja nacional artesanal”, reforça Herman Wigman, diretor da Van de Bergen, organizadora do evento, e vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo).

Diego Gomes destaca ainda que a instabilidade do câmbio, aliada aos primeiros resultados positivos alcançados, reforçados pelos benefícios de frescor, são alguns dos fatores que posicionam o lúpulo nacional como uma alternativa com grande potencial também para as grandes cervejarias. “É só o início de uma longa jornada. Se houver sinergia entre o cultivo e o plantio teremos cada vez mais capacidade de competição com o lúpulo internacional. Estamos aos poucos subindo a régua”, declara Diego.

 “O lúpulo brasileiro vem se destacando não apenas pelo preço, mas também pela qualidade”, comenta Herman.

Lúpulo brasileiro foi tema do Seminário InternacionalLúpulo brasileiro foi tema do Seminário InternacionalLúpulo brasileiro foi tema do Seminário InternacionalLúpulo brasileiro foi tema do Seminário InternacionalLúpulo brasileiro foi tema do Seminário InternacionalLúpulo brasileiro foi tema do Seminário InternacionalLúpulo brasileiro foi tema do Seminário InternacionalLúpulo brasileiro foi tema do Seminário InternacionalLúpulo brasileiro foi tema do Seminário Internacional



Previous articleMercado internacional é opção para pequenas e médias empresas
Next articleResistência à alta pressão é critério importante na escolha de um mangote
Diretor de Conteúdo do Portal Vida Moderna