Home Cultura Alfredo Volpi ganha primeira exposição retrospectiva na Europa

Alfredo Volpi ganha primeira exposição retrospectiva na Europa

Alfredo Volpi, um dos mais importantes pintores brasileiros, ganha enfim uma exposição retrospectiva no exterior. O artista tem seu trabalho celebrado por Alfredo Volpi – La Poétique de la couleur (Alfredo Volpi – A poética da cor, em português), exposição inédita que o Nouveau Musée National de Monaco promove entre 9 de fevereiro e 20 de maio. [read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]

Trata-se da primeira exposição individual do artista realizada em uma instituição pública fora do Brasil. Com curadoria de Cristiano Raimondi, e apoio do Instituto Alfredo Volpi de Arte Moderna e da Galeria Almeida e Dale, a mostra apresenta um conjunto cerca de 70 obras do pintor, cuja produção ainda não é devidamente reconhecida para além das fronteiras da América Latina.

“A iniciativa do Nouveau Musée National de Monaco é educativa, bem como extremamente relevante para a preservação e divulgação da memória e produção do artista”, reforça Pedro Mastrobuono, diretor do Instituto Volpi. A colaboração entre os países também é elogiada pela diretora do museu, Marie-Claude Beaud. “A mostra não seria possível sem a contribuição do Instituto Volpi e dos inúmeros colecionadores que aceitaram nos emprestar seus trabalhos”, afirma.

A exposição traz desde paisagens rurais e urbanas dos anos 1940, até trabalhos das décadas de 1950, 60 e 70, nos quais predominam composições geométricas coloridas, como as faixadas de edifícios e suas famosas bandeirinhas.

Traçando esse amplo panorama de sua carreira, a mostra homenageia o pintor autodidata, que nasceu em 1896 na cidade de Lucca, na Itália, e que se mudou ainda criança para o Brasil. Com a família, instalou-se em São Paulo, no tradicional bairro do Cambuci, reduto paulistano da comunidade italiana.



Na juventude, Volpi foi marceneiro e entalhador, até começar a atuar como pintor decorativo de casas da alta burguesia paulistana. O ofício lhe proporcionou dinheiro suficiente para que desse vazão a seus desejos artísticos e desenvolvesse um estilo próprio. Nos anos 1930, quando começou a fazer sucesso, sua obra não podia ser enquadrada em nenhuma das vanguardas da época.

A curadoria, entretanto, reforça o impacto de grandes mestres europeus sobre a produção do pintor. Durante os anos 1940, o Brasil recebeu trabalhos de nomes como Giorgio Morandi, Henry Matisse e Paul Cezanne. O contato com esses artistas foi essencial para que Volpi remodelasse o espaço pictórico, produzindo trabalhos abstratos, numa rigorosa simplificação formal.

Essas modificações em sua obra se intensificam no ano de 1950, quando o artista viaja para a Itália. Em seu país de origem, se encanta com os afrescos em têmpera de Giotto na capela de Scrovegni, em Pádua. Na ocasião, também se interessa pelas obras dos pintores pré-renascentistas como Margheritone d’Arezzo e Cimabue. Três anos depois, recebe o prêmio de melhor pintura na segunda Bienal de São Paulo, consagrando-se como um dos grandes artistas do Brasil.

O trabalho do artista também poderá ser conferido no catálogo da mostra, a ser lançado em abril. Co-publicado pela Capivara Editora (Brasil) e pela Mousse Publishing (Itália), o livro reunirá textos, em francês e inglês, do curador da exposição Cristiano Raimondi e dos críticos de arte Jacopo Crivelli Visconti e Lorenzo Mammi.

Serviço:

Alfredo Volpi – La Poétique de la couleur

Local: Nouveau Musée National de Monaco

Endereço: Villa Paloma, 56 | Boulevard du Jardin Exotique

Abertura: 8 de fevereiro, a partir das 18h

Período expositivo: de 9 de fevereiro a 20 de maio

Horário de visitação: de segunda a domingo, das 10h às 18h

 

[/read]

INSCREVA-SE NO CANAL DO YOUTUBE DO VIDA MODERNA
Alfredo Volpi ganha primeira exposição retrospectiva na Europa

 

Veja também
Esculturas de cães pintadas por artistas vão a leilão nesta quarta-feira
Companhia Moderno de Dança apresenta o espetáculo “UM” na Caixa Cultural São Paulo
Arte na Europa: hotéis cinco-estrelas têm acervos impressionantes



Previous articleComo resolver 4 dores de cabeça na gestão do parque de TI
Next article“Bitcoin é uma parasita do sistema financeiro”, diz chefe do BIS
Translate »