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Brasil cai 5 posições em relatório mundial sobre tecnologia limpa

O Brasil está perdendo a corrida para promover um ciclo de inovação em tecnologia limpa e impulsionar empresas que liderem uma injeção de vigor na economia baseada na sustentabilidade. O país caiu cinco posições no relatório global da organização WWF, que posiciona 40 nações avaliadas na eficácia em estimular inovação, passando da fase de pesquisa e desenvolvimento para a os primeiros estágios de empreendedorismo e, então, comercialização em escala.

O relatório anterior foi feito em 2014, nesta terceira edição, o CleanTech Innovation Index, um documento que analisa quais condições nacionais são mais as adequadas para gerar a inovação, atividade empresarial e comercialização de tecnologias emergentes, mostra dominância dos países nórdicos.

O Brasil caiu de 25º para 30ºlugar entre os 40 analisados. A principal razão para esta diminuição no ranking foi uma pontuação muito menor na área de inovação de tecnologia limpa comercializada, onde o país caiu de 2º lugar em 2014 para 29º lugar em 2017.

Pela primeira vez, os três principais cargos são ocupados dessa região, com Dinamarca, Finlândia e Suécia. Todos os três parecem estar se preparando para um crescimento adicional com aumentos nos números e na quantidade de fundos te tecnologia limpa. O país nórdico com menor pontuação é a Noruega. Há desafios para a Noruega, mas também é o país com os maiores orçamentos de P&D de tecnologia limpa em 2013-15. Se todos os países investissem o mesmo que a Noruega em P&D, o investimento mundial nessa área seria quatro vezes maior.

A corrida para uma economia de baixo carbono, com foco nas metas de Acordo de Paris e nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, já está em andamento. Inovação é uma peça fundamental para sucesso nesta corrida. O processo de criação, uso e colocação no mercado de novas tecnologias será fundamental para acelerar o desenvolvimento e a satisfação das necessidades humanas sem prejudicar o planeta. Os países que podem inovar, gerar novas ideias e tecnologias, transformando-as em milhões ou bilhões de dólares de investimentos e empregos, serão os maiores beneficiados.



Para o diretor executivo do WWF-Brasil, Maurício Voivodic, “O Brasil possui uma das melhores condições naturais do mundo para a geração de energia renovável. Porém, desde que começou a investir pesadamente no pré-sal, tem perdido pioneirismo e espaço em biocombustíveis e outras tecnologias renováveis”, afirma. E continua: “O governo precisa enxergar a economia de baixo carbono como uma oportunidade para criar empregos e oportunidades econômicas. Este é um momento único para o Brasil se tornar mais competitivo nesta área. Mas, caso não aproveitemos, outros países como Índia ou China passarão na frente”, conclui.

Ecossistema de inovação
O estudo identifica três tipos de países no cenário de inovação de tecnologia limpa: os principais criadores de ecossistemas de inovação, criadores de startups e os fortes comercializadores:

– Os principais criadores de ecossistemas de inovação são países que obtiveram resultados muito melhores em todos os setores, mas particularmente bem nos drivers gerais e específicos para o período de 2013-2016, fornecendo os parâmetros subjacentes, incentivos e o apoio necessário para um ecossistema de inovação próspero. Vemos a Dinamarca, a Suécia e os EUA possuindo essas características no período pesquisado.

– Os geradores de start-up da Tecnologia limpa são países que obtêm bons resultados em todos os indicadores, mas obtêm resultados excepcionalmente bons quando se trata de produzir patentes para novas inovações e capital de risco para financiar novos negócios. Israel, Finlândia e Canadá são economias que mostram essas características.

– Os comerciantes de tecnologia limpa são países que estão marcando bem em todos os indicadores, mas bem acima da média na sofisticação, tamanho e finanças do mercado para escalar as inovações emergentes da Tecnologia limpa e criar empregos. Eles têm taxas de conversão de inovação de alta tecnologia muito altas, ou seja, são eficientes para transformar os insumos na inovação em resultados na economia. Países como Alemanha, Cingapura e Coréia do Sul apresentam essas características.

O relatório também mostra que existe uma forte convergência emergente entre o transporte limpo, a eficiência energética e as energias renováveis no ano passado, representando dois terços dos investimentos em capital de risco cedo e uma proporção similar de títulos verdes. Essa tendência emergente é crucial para acelerar o acesso universal à energia até 2030 e facilitar uma transição justa para um sistema de energia sustentável e sem combustível fóssil até 2050.

Brasil cai 5 posições em relatório mundial sobre tecnologia limpa
Ranking mostra Brasil caindo em inovação para tecnologia limpa

O Brasil da inovação
Um ponto positivo para o registro de inovação do Brasil está na área de atividade empreendedora em estágio inicial, onde o país ranqueou em número 1 dos 40 países, com uma pontuação perfeita de 10 em todas as áreas de inovação – não apenas de tecnologia limpa. Isto representa uma enorme oportunidade para o Brasil no médio e no longo prazos para tecnologias limpas, desde que esta área seja priorizada no setor de políticas e investimentos públicos e privados.

O coordenador do programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, André Nahur, acredita que “A área de P&D (pesquisa e desenvolvimento) no Brasil é boa, mas muito focada em pesquisa básica, com pouca aplicação e visão de mercado. Esta visão inovadora com planejamento de longo prazo deveria ser adotada pelo governo e pelo setor privado para aproveitarmos o grande potencial nacional”, afirma. E continua: “O Brasil tem boas condições de desenvolver mais o etanol celulósico, o uso de algas para produção de energia, a mini e a microgeração de eletricidade, o bioquerosene para aviação, a agricultura de baixo carbono, entre outras. Essas são iniciativas que podem levar o Brasil a um lugar de destaque, ao mesmo tempo em que contribuem para as metas do Acordo de Paris e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, conclui.

O relatório indica que aumentar os relativamente baixos investimentos em empresas de tecnologia limpa por meio de capital privado e oferta pública de ações pode ser uma maneira de crescer a economia, ao mesmo tempo em que ajuda o Brasil e outras economias a atingirem os tão esperados ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU).

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