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IoT, carro autônomo… é a era Jetsons

Os Jetsons, série animada de TV da década de 60, salta da ficção e  ganha a realidade. Uma das mais recentes provas disso é a Consumer Eletronics Show (CES), que aconteceu no início deste mês em Las Vegas (EUA). Considerada uma das maiores e mais vibrantes feiras de tecnologia de consumo do mundo, ela reuniu nada menos do que 3.600 expositores e recebeu 170 mil profissionais do setor, sendo 45 mil de fora dos Estados Unidos.

Os mais de 2 milhões de metros quadrados da feira organizada pela Consumer Eletronics Association (CEA) transformaram-se na Orbity City, de Hanna-Barbera, com todas as maravilhas inimagináveis. E ainda que não sejamos verdadeiramente Jetsons, a Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), mote do evento, certamente está encurtando o abismo para essa possibilidade.

Carro autônomo
Ele roubou muitas das cenas por lá. A começar pela abertura do evento no discurso sedutor do presidente e CEO da Ford, Mark Fields com o anúncio do novo Plano de Mobilidade Inteligente da companhia.

O executivo convocou os desenvolvedores para, junto com a Ford, criarem soluções que proporcionem a melhoria da experiência dos usuários, com maior flexibilidade e colaboração. “Não queremos ser somente uma indústria de veículos, mas também de mobilidade, no sentido de revolucionar a forma como o mundo se move”, disse Fields, para quem o futuro já começa a desenhar a próxima geração de carros totalmente autônomos.

É o caso do Fusion Hybrid (em teste), um carro totalmente autônomo, da Ford, capaz de detectar objetos e algorítimos avançados, que ajudarão a prever o tráfego de pedestres e veículos.



O mais interessante é que Fields não está pensando prioritariamente em sair à frente da concorrência, mas, em especial, “colocar no mercado o primeiro carro autônomo Ford acessível às massas, com o objetivo maior de, efetivamente, melhorar a vida dos usuários”. “É nossa prioridade”, garantiu.

Com certeza, esse é um dos assuntos mais presentes nas pautas das principais montadoras do mundo. Imagine estar a bordo de um carro que faz o percurso sozinho, liberando você (até então o motorista) para contemplar a paisagem e conversar com amigos passageiros sem a menor preocupação. E ainda poder agarrar-se ao smartphone, trocando e-mails, respondendo mensagens, postando fotos, ou mesmo participando de uma conference call ao longo do caminho ou quando está preso no engarrafamento.

BMW e Volvo na nova era
Não por acaso, BMW e Audi tiraram da cartola seus relógios do futuro, os smartwatches, capazes de trazer o carro até o usuário por comando de voz. Sabe quando não lembra onde deixou seu carro em um estacionamento lotado? Ele virá até você – assim esperamos, e sem danos… A CES é mesmo surpreendente.

Fora das fronteiras de Orbity City, ou melhor, da CES, por aqui no Brasil a Volvo Cars realizou no início deste ano, pela primeira em solo nacional, a demonstração do veículo de teste do projeto Drive Me. A intenção é tornar a marca líder em condução autônoma e tornar-se pioneira nessa área.

“Com o carro autônomo, o motorista terá a liberdade de decidir se quer dirigir ou fazer outra coisa nesse tempo, com toda a segurança possível”, explica Jorge Mussi, diretor de assuntos governamentais e serviços ao cliente da Volvo Cars do Brasil, que conduziu o carro nas demonstrações no País.

A empresa acredita que o carro autônomo irá impactar positivamente para a melhoria da mobilidade urbana nas metrópoles, reduzindo acidentes e eliminando grandes gargalos no trânsito. E tem uma meta: em 2017 consumidores estarão dirigindo cem carros em condições reais de uso, por cerca de 50 km em vias selecionadas no entorno de Gotemburgo, cidade-sede da companhia, na Suécia.

“Testar esse tipo de carro em vias públicas nos proporciona informações valiosas sobre os benefícios sociais de ter carros autônomos como parte do trânsito. Nossos carros inteligentes são a parte fundamental da solução, mas uma abordagem da sociedade de forma conjunta é vital para oferecer mobilidade individual sustentável no futuro. Essa cooperação única é a chave para uma implantação de sucesso dos carros autônomos”, explica Erik Coelingh, especialista técnico da Volvo Cars.

T-Systems atenta à movimentação
A empresa, que oferece soluções integradas com Big Data para os veículos conectados, está com a meta de triplicar o número de veículos com a solução de informações por chip no mercado alemão e mira também o Brasil.

“Por aqui, o processo ainda é demorado, leva tempo para materializar. Trabalhamos por meio de casos de sucesso lá fora para preencher as demandas do mercado local. A indústria está pensando nessa solução para vender mais carro sem aumentar o custo”, diz Camilo Rubim, vice-presidente da área de Vendas para a Divisão Automotiva da T-Systems do Brasil.

Segundo o executivo, o público jovem já exige ter recursos de conected car e a competitividade está muito alta. Cada real é valorizado pelas montadoras na missão de oferecer carros mais equipados. “O desafio é trazer mais soluções tecnológicas também para a linha popular. Oferecer aplicativos além do entretenimento, sem onerar o consumidor”, completa.

Tudo pode começar com um chip instalado no veículo para a conexão e permitir coletar informações a todo o tempo sobre as condições do motor, o nível do óleo, a vida útil da bateria, entre outros. Do painel, o motorista terá informações como a melhor rota para chegar ao destino, tempo estimado, como nos aplicativos usados hoje em dia, mais integrados ao veículo e mais seguros, evitando que o motorista se distraia com o celular.

Com o carro conectado, o motorista passa a ter inúmeras possibilidades de acesso: informações sobre a autonomia do veículo, a localização dos próximos postos, o preço do combustível, o céu é o limite, na medida em que as parcerias vão acontecendo no mercado e ampliando o portfólio tecnológico. E vai além: no conceito machine to machine, é possível dar comandos ao carro pelo smartphone. Imagine, ainda no escritório, ajustar a temperatura do ar-condicionado do carro minutos antes de entrar nele. Ou permitir que outra pessoa dirija seu veículo por meio de reconhecimento facial…Jetsons total…

Carro do futuro em tópicos

Suporte – Diagnóstico remoto. Fornecedores poderão avaliar, a distância, as condições do veículo como a durabilidade dos pneus, o nível de óleo e a vida útil da bateria, entre outros.

Relacionamento – A tecnologia aproximará as concessionárias do consumidor, precavê-lo sobre a data da revisão, convidá-lo para o test drive de um modelo novo.

Segurança – O carro conectado possibilita assistência remota de emergência. No caso de um acidente, o carro liga automaticamente para o socorro médico.

Entretenimento – O usuário pode acessar, da nuvem, notícias, vídeos e músicas, redes sociais, entre outros tópicos de interesse, se for por meio de uma internet móvel de qualidade…

Utilidades – Acesso a mapas, condições de tráfego e da pista em tempo real, tempo estimado de chegada, informações sobre vagas nos estacionamentos próximos e até a possibilidade de reservar uma vaga. O motorista terá ainda a vantagem de escolher qual o posto mais próximo pelo melhor valor do combustível.

Entraves – Legislações ainda em tramitação estancam propostas de empresas de efetivar projetos de conectividade para o setor automotivo no País, entre elas, Resolução 245 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que prevê a instalação, de fábrica, de chip para rastrear veículos e coibir roubos e furtos.

 

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Colaborador Vida Moderna até Outubro de 2022