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Você recusaria US$ 130 bi? A Qualcomm deve fazer isso

A fabricante de componentes de computação Broadcom fez ontem, 6 de novembro, uma oferta inesperada para adquirir a fabricante de chips Qualcomm por US$ 130 bilhões (dividido em cerca de US$ 103 bi, mais a incorporação de US$25 bi de dívidas e encargos). O valor surpreendente ultrapassaria de longe o maior negócio do setor de tecnologia até hoje, que foi a compra da EMC pela Dell, por US$ 67 bi, em 2015.

Apesar do montante, a Qualcomm deve recusar a oferta. O valor é considerado baixo. Além disso, a criadora dos chipsets Snapdragon, amplamente usados no mundo dos smartphones poderosos, vê riscos concretos da negociação ser recusada pelas autoridades internacionais que controlam o comércio e combatem os monopólios.

De acordo com o jornal Financial Times, a oferta feita pelo executivo-chefe da Broadcom, Hock Tam, foi considerada longe do ideal pelo conselho administrativo da Qualcomm. O jornal cita que o valor de US$ 7 por ação, em dinheiro, estaria até mesmo “longe de ser considerada séria por qualquer membro da administração” da fabricante de chips.

Um dos principais motivos para essa posição é que a Qualcomm vem enfrentando uma complexa briga judicial com a Apple, Isso fez o preço das ações da companhia ceder, baixando de um patamar acima de US$ 80. Por causa desse momento de baixa na bolsa de valores, a oferta da Broadcom está sendo considerada “oportunista”.

Gigante desconhecida
Alguns analistas estão considerando o negócio difícil de ser realizado. Os motivos apresentados pela Qualcomm são concretos. A empresa pode realmente valer mais e a pressão de autoridades antitruste seria tão grande quanto o valor do negócio.



Para muitos, a Broadcom teria mesmo a intenção e o networking financeiro para fazer a aquisição, mas tudo pode não passar de uma jogada de marketing para ganhar visibilidade de mercado. Por décadas, a empresa teve de se concentrar em remodelar-se. Mas agora, com IoT e mobile consolidados e com potencial enorme de crescimento, a Broadcom quer redefinir todo o mercado mundial de chips, colocando-se como uma das maiores.

A Broadcom não é muito conhecida do consumidor final, mas é uma empresa de tamanho compatível com suas intenções de expansão. Ela nasceu na década de 60 como um braço da Hewllet-Packard para semicondutores. Foram décadas de mudanças de executivos e busca de novos rumos de negócio. No início dos anos 2000, mudou de nome para Avago. Uma outra Broadcom surgiu em 1991, fundada por engenheiros da Universidade da Califórnia.

A Avago negociou uma série de unidades que possuía, nos anos 2000, e comprou a Broadcom, por US$ 37 bi. A partir de 2015, começou a ser uma das principais fornecedoras de componentes para dispositivos mobile, consoles de games, GPS e de internet das coisas (IoT). Além disso, fornece uma série de componentes internos para hardware em diversos setores, que vão de monitores a máquinas para data centers.

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