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O que são hepatites virais: como tratar e se prevenir

São Paulo – SP 13/4/2021 – Nem todos os tipos de hepatite podem ser curados, porém, existem tratamentos e, principalmente, várias maneiras de evitá-lasEmbora as hepatites A e B não tenham cura, é possível se vacinar contra elas. Já a hepatite C não tem vacina, mas ela pode ser curada.

As hepatites virais são infecções causadas por vírus que atingem o fígado. Elas são classificadas em agudas ou crônicas e se manifestam de maneira leve, moderada ou grave. Na maioria das vezes, não apresentam sintomas, mas quando esses se manifestam, os mais comuns são:
– Cansaço;
– Mal-estar;
– Náuseas;
– Vômitos;
– Dor abdominal;
– Olhos amarelados;
– Urina escura;
– Fezes esbranquiçadas.

No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda a hepatite D, que é mais frequente na região Norte, e casos muito esporádicos de hepatite E.

Hepatite A
A hepatite A é uma doença aguda, não havendo formas crônicas. O vírus se replica no fígado, é excretado na bile e eliminado nas fezes, resultando na chamada transmissão oro-fecal (contato com água e alimentos contaminados por fezes de portadores do vírus).
A transmissão também pode ocorrer por contato com uma pessoa infectada e por via sexual, sem uso de preservativo.
O diagnóstico é feito por meio de um exame de sangue, o anti-HAV IgM, que pode permanecer positivo por até seis meses. Não há tratamento específico para a hepatite A, por isso, deve-se evitar a automedicação. Também não há dietas especiais recomendadas e apenas o médico pode indicar se há necessidade de utilizar medicações para alívio dos sintomas.
A internação só é recomendada em casos graves que apresentam alterações severas da função hepática.
A hepatite A não tem cura, mas é possível se vacinar contra ela. O imunizante é eficaz e seguro e faz parte do calendário infantil de vacinação do Ministério da Saúde.

Hepatites B e C
Quando as hepatites são causadas pelos vírus B ou C, elas podem manifestar-se de forma aguda ou crônica. Nesse caso, o fígado pode apresentar um quadro de inflamação persistente por mais de 6 meses e há risco de a doença evoluir para cirrose hepática.
A forma aguda pode ser assintomática ou apresentar os mesmos sintomas descritos acima. A forma crônica, normalmente, é assintomática e detectada por alterações em exames laboratoriais que podem ser solicitados em avaliações de rotina, bem como testes para detecção do vírus no sangue: HBsAg para o vírus B e Anti-HCV para o vírus C, disponíveis com facilidade, inclusive, no Sistema Único de Saúde (SUS). O vírus B tem maior potencial de infecção que o vírus da hepatite C e que o HIV. As formas de transmissão mais importantes do vírus B e C são:
– Compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos);
– Compartilhamento de materiais de higiene pessoal (lâminas de barbear, depiladores, escovas de dente, alicates de unha e outros objetos cortantes);
– Tatuagens, piercings, tratamentos odontológicos ou cirúrgicos que não atendam normas de biossegurança;
– Relações sexuais sem preservativos com pessoa infectada (mais comum na hepatite B);
– De mãe infectada para filho, durante gestação e parto (mais comum na hepatite B);
– Transfusão de sangue (mais relacionada a períodos anteriores a 1993).
Assim como ocorre com a hepatite A, não há dietas especiais recomendadas para o tratamento das hepatites B e C. Em relação ao tratamento específico, a hepatite B não tem cura definitiva, mas há medicamentos antivirais, inclusive disponíveis no SUS, que impedem a multiplicação do vírus e retardam ou melhoram a evolução da doença.



A hepatite C tem cura em mais de 95% dos casos e há tratamento disponível no SUS com medicamentos por via oral e pouquíssimos efeitos colaterais. Há vacina efetiva e segura para a hepatite B disponível de forma gratuita pelo Programa Nacional de Imunização. Não há ainda vacinas desenvolvidas e disponíveis para hepatite C.
O que fazer para evitar as hepatites virais
Independentemente da vacina, indicada para todos, algumas recomendações são fundamentais para a prevenção das hepatites virais. São elas:
– Lavar bem as mãos após uso do sanitário, troca de fraldas e preparo de alimentos;
– Lavar os alimentos que serão consumidos crus com água tratada, clorada ou fervida;
– Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
– Não tomar banho ou brincar em riachos, enchentes ou próximo a esgotos;
– Usar preservativos e higienizar mãos, genitália, períneo e região anal antes e depois de relações sexuais;
– Higienizar vibradores, plugs anais e vaginais e outros acessórios eróticos;
– Não compartilhar seringas, agulhas e materiais de higiene pessoal;
– Certificar-se de que protocolos de biossegurança são cumpridos antes de submeter-se a tatuagens, piercings, tratamentos odontológicos e procedimentos cirúrgicos.
Embora as hepatites A e B não tenham cura, é possível se vacinar contra elas. Já a hepatite C não tem vacina, mas ela pode ser curada. Procure atendimento médico no caso de algum sinal ou sintoma e não deixe de comparecer às consultas de rotina.

FBG – Federação Brasileira de Gastroenterologia
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