Home INOVAÇÃO Empresas sentem dificuldade para inovar e convivem com P&D obsoleto

Empresas sentem dificuldade para inovar e convivem com P&D obsoleto

Importantes empresas globais têm encontrado dificuldade em inovar – ao passo que adotam modelos de Pesquisa & Desenvolvimento tradicionais, o que hoje é considerado obsoleto pelo mercado. É o que mostra o relatório “O Jogo da Inovação: Por que e como as empresas estão investindo em centros de inovação”, elaborado por Brian Solis, do Grupo Altimeter, e pela Capgemini Consulting, divisão global de estratégia e transformação do Grupo Capgemini.

O levantamento aponta para uma transição rumo à inovação digital, questionando se as equipes de P&D das companhias de grande porte estão mal preparadas para enfrentar o desafio do Darwinismo digital. Segundo a pesquisa, para resolver a questão, as organizações procuram cada vez mais criar ‘centros de inovação’ físicos em importantes núcleos tecnológicos, como o Vale do Silício, para tirar proveito do ecossistema de startups, investidores de capital de risco, aceleradores, fabricantes e instituições acadêmicas.

“Para as maiores empresas do mundo, a inovação nunca foi tão importante – nem tão difícil. Vivemos em um mundo onde a ruptura é iminente – podendo vir de qualquer lugar – e onde os concorrentes, que já utilizam tecnologias digitais, ameaçam a sustentação de muitos setores já estabelecidos. Sem inovação constante, algumas organizações que já estiveram no topo descobrem que as rotas comprovadas e confiáveis para a inovação viraram becos sem saída. Chegou a hora de inovar ou morrer!”, afirma o analista principal do Grupo Altimeter, Brian Solis.

“Muitas organizações estão lidando com a necessidade de inovar por meio de parcerias ou aquisições de startups da área de tecnologia, mas esse é frequentemente o único foco. É necessário haver um equilíbrio maior entre o conhecimento externo e o interno. Os centros de inovação parecem ser uma maneira eficaz de cultivar a mentalidade ágil das startups, necessária para permanecer na vanguarda do mercado. No entanto, já ficou claro que criar um centro eficaz exige a superação de vários desafios”, diz o líder global de pesquisa da Capgemini Consulting, Jerome Buvat.

A Altimeter e a Capgemini Consulting pesquisaram as 200 maiores empresas do mundo de importantes segmentos do mercado, como automotivo, serviços financeiros, bens de consumo e varejo, manufatura e telecomunicações, no quesito inovação. Também foram entrevistados os principais executivos responsáveis pela supervisão das atividades relacionadas ao assunto.



Os principais resultados do estudo revelam uma abordagem variada para a criação de centros de inovação em termos de localização, áreas de foco e modelos de governança:

– 38% das principais empresas criaram centros de inovação em um núcleo tecnológico global;

– Os EUA e a Europa têm a maior fatia, com 29% do total dos centros de inovação – seguidos pela Ásia, com 25%;

– O Vale do Silício é o local mais interessante para instalação de centros de inovação – 61% das empresas já abriram um ou mais centros no local. Mas outros hubs estão surgindo – as 10 principais cidades que figuram no estudo representam somente 35% do total de centros;

– As áreas de pesquisa preferidas continuam sendo mobilidade (63%) e big data / análise de dados (51%);

– Outras tecnologias menos maduras, como a de impressão em 3D (5%), realidade virtual (13%) e robótica (13%), não são prioritárias no momento;

– Os centros de inovação ajudam a agilizar a criação e a implantação de novas ideias, atraindo talentos, gerando envolvimento dos funcionários e formando parcerias com startups;

Foram identificados quatro tipos principais de centros de inovação:

1- Laboratórios internos de inovação – motor de inovação de suas empresas, esses centros realizam todas as atividades relacionadas à inovação, da concepção à criação de protótipos, usando recursos internos.

2- Residência universitária – nesse modelo, as companhias investem na criação de um centro em um campus universitário para impulsionar a inovação usando pesquisadores universitários.

3- Âncoras comunitárias – esses centros identificam mentores e oferecem às startups a oportunidade de trabalhar ativamente junto à empresa no teste dos seus produtos, internamente e com os clientes.

4- Postos avançados de inovação – são compostos por pequenas equipes que trabalham em hubs tecnológicos. Para empresas de grande porte, a ideia é envolver-se com a comunidade tecnológica sem arcar com grandes investimentos.

A penetração varia consideravelmente entre os setores – o de manufatura é o principal, com 58%. Mas, mesmo enfrentando uma pressão crescente devido aos disruptores digitais, o de serviços financeiros representa 28%.

Entretanto, mesmo com os centros de inovação recebendo investimentos substanciais de muitas organizações globais e com alguns benefícios significativos já conquistados, estabelecer um centro com sucesso tem sido um desafio – segundo um especialista experiente em inovação, de 80 a 90% desses centros fracassam.

 

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