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Pesquisa traça o perfil das mulheres empreendedoras no Brasil

A diferença salarial entre homens e mulheres no mercado de trabalho sempre assustou – e ainda assusta. Eles chegam a ganhar salários até 30% maiores para realizar as mesmas tarefas. Executivas recebem, em média, 74,5% do rendimento de seus pares engravatados – segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2014, a mais recente disponível.

E o futuro não parece promissor: de acordo com dados do Fórum Econômico Mundial (FEM), mantida a velocidade em que a diferença cai anualmente, as mulheres só verão a igualdade chegar em 2095. Para se ter ideia do tamanho do problema, o Brasil ocupa, atualmente, o 85º lugar entre 145 países monitorados pelo FEM quando o assunto é igualdade de gênero na economia.

Quem lidera o ranking? Islândia, Noruega, Finlândia e Suécia. Em 35º está a Argentina, e a Venezuela aparece na 78ª posição. Ainda segundo o Fórum, a igualdade de gênero seria capaz de aumentar o PIB global em cerca de 12% – algo como US$ 12 trilhões.

Com esse cenário sob perspectiva,o PayPal Brasil encomendou uma pesquisa inédita sobre empreendedorismo feminino no País. Os dados foram tabulados pela empresa especializada em big data, MeSeems, que ouviu 515 mulheres a partir dos 18 anos de idade em todas as regiões do Brasil e de todas as classes sociais – entre os dias 15 e 23 de setembro.

“Os números da pesquisa são bastante interessantes e revelam o quanto ainda precisa ser feito para que as mulheres se sintam seguras para empreender”, diz Gabriela Szprinc, head de Pequenas e Médias Empresas (SMB) do PayPal Brasil



Das 515 entrevistadas, 54% disseram não ter empreendimento/negócio próprio; e 46% já são empresárias. Dentro do universo pesquisado, 48% das mulheres dizem trabalhar menos de 40 horas por semana; 27%, mais de 40 horas; e 25%, exatamente 40 horas semanais.

Questionadas sobre como se posicionam quanto ao empreendedorismo, as mulheres entrevistadas se dividiram: 22% disseram já ter comércio online (e-commerce); 21% garantem que pretendem abrir um e-commerce; 32% chegaram a abrir um comércio online, mas não conseguiram se manter; e 25% pretendem abrir um e-commerce e já iniciaram o planejamento do negócio.

Quando a pesquisa se aproxima apenas do universo das já empreendedoras, fica-se sabendo que 20% delas têm comércio de artesanato; 18%, cosméticos e produtos de beleza em geral; 15%, roupas; 11%, alimentos; 8%, joias e bijuterias; 4%, calçados; e 3%, serviços de corte e costura.

Por que abriram negócio próprio? Para 21,4% das mulheres entrevistadas, foi uma maneira de complementar a renda; para 14,4%, trata-se da oportunidade de ganhar mais dinheiro; outras 11,3% imaginam que conquistarão a independência financeira; e 8,9% estavam fora do mercado de trabalho quando resolveram empreender. Somente 7,4% acreditaram que seriam muito bem-sucedidas; 5,8% queriam ter mais controle sobre a própria vida; e outras 5,8% seguiram sua paixão.

Em ritmo de “one woman band”, o MeSeems perguntou às entrevistadas que áreas da empresa são tocadas apenas por elas ou por terceiros. As respostas mostram como ainda há bastante margem para a criação de serviços dedicados a esse setor da economia. A área jurídica é responsabilidade única e exclusiva de 40,1% das pesquisadas (43%, “eu, com a ajuda de outra pessoa”); Contabilidade, 29,1% (41,4%, idem); Website, 29,5% (41,8%, idem); Plano de negócio/marketing/estratégia, 33,8% (59,5%, idem); Gestão bancária/financiamento, 48,1% (42,2%, idem); e e-commerce, 41,8% (49,4%, idem).

Quando precisam de ajuda externa para “tocar” a empresa, a maioria (65,8%) realiza pesquisa própria; 51,5% procuram o Sebrae; e 45,1% vão em busca de amigos que já passaram pelas mesmas dificuldades. Apenas 19,4% procuram empresas de serviços profissionais; e 10,1%, organizações governamentais.

Também entre as pesquisadas que mantêm negócio próprio, 75,7% só contam com loja online (e-commerce); 24,3% têm loja física com apoio de e-commerce.

A pesquisa questionou as mulheres que ainda não abriram negócio próprio sobre a possibilidade de virem a fazê-lo: 27,4% disseram que pretendem se aventurar no universo das PMEs daqui a 1 ou 2 anos; 22,4%, entre 1 e 6 meses; outras 21,5% dizem que tentarão abrir seu negócio daqui a 6 meses ou 1 ano. Cerca de 10% querem fazer isso em até 1 mês; e outras 11% não sabem se terão coragem para empreender.

Emponderadas
Um ponto que chamou a atenção do MeSeems diz respeito aos motivos que levaram as empreendedoras a abrirem suas empresas: para 51,7%, o objetivo de empreender foi “ter orgulho de mim mesma”; já 47,4% citaram “mais equilíbrio e liberdade para ficar com a família”; e 46,9%, “serei bem-sucedida financeiramente”. Para 4,8%, é uma “contribuição para a minha indústria”; e 5,7% queriam “se tornar famosas”.

Já os maiores medos das mulheres pesquisadas (tanto as que têm empresa própria quanto as que não têm) são “não obter lucro” (45,5%); “ficar sem dinheiro” (39,3%); “demorar para ter lucro” (38,8%); e “correr riscos” (32,5%). Cerca de 31% temem passar por “instabilidade financeira”; e 30,3% têm medo de “cometer erros” na gestão do negócio.

“É necessário oferecer mais suporte em cada uma das etapas desse processo, para alavancar o índice de êxito e impulsionar o empoderamento da mulher”, comenta Flavia Cruz, gerente de Atendimento do MeSeems.

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