Por Ronei Pasquetto *

Para alguns pais só de ouvir ‘volta às aulas’ já é motivo para arrepiar a pele. Em 2020, ocorreram aulas onlines em boa parte do ano. Sendo um período muito desafiador para a educação e de méritos aos docentes, que não desistiram de ministrar as aulas. Porém, a maioria das instituições de ensino não estavam preparadas para este novo formato, muito menos os pais, que se tornaram “professores” da noite para o dia.

Com a pandemia, a educação dormiu analógica e acordou digital. O retorno gradual às aulas presenciais ainda não será para todos em 2021, o Governo do Estado de São Paulo anunciou um sistema de rodízio de alunos nas escolas a partir de fevereiro, sendo permitida a presença de 35% dos estudantes. Tal prática, está sendo adotada em diversos estados do Brasil.



Todas as instituições de ensino se viram obrigadas a mudar o sistema educacional para o online, entretanto, muitas sem preparo de infraestrutura e capacitação de professores, deixando as aulas massantes, sem instigar o interesse dos alunos.

Por isso, a importância de inserir a verdadeira transformação digital nas escolas, que é muito além do que as aulas em formato EAD. Estou falando de um sistema que agrega capacitação de professores, ferramentas tecnológicas adaptadas conforme a cultura escolar e materiais didáticos onlines. Essa é a verdadeira transformação digital na educação que as instituições de ensino precisam idealizar.

Para tornar-se realidade, três pilares são essenciais: a tecnológica, com adaptação à cultura da instituição e personalização das ferramentas; capacitação dos docentes, para potencializar todos os recursos disponíveis; e atendimento aos professores, uma equipe de docentes de plantão que são experts em tecnologia.

É fundamental utilizar uma plataforma que proporciona um ambiente digital de aprendizagem, ou seja, materiais didáticos e ferramentas adaptadas para as aulas serem mais dinâmicas e prender a atenção dos alunos, e para os professores um sistema de integração da gestão.

Infelizmente, o setor educacional brasileiro é um dos mais atrasados do mundo. Resultados do último Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2018, apontam que o país está estagnado em praticamente todas as áreas avaliadas. Classificando-se como um dos últimos no ranking, entre os 80 países participantes, em leitura, matemática e ciência.

O aceleramento da transformação digital veio para potencializar mais o processo educacional no Brasil, acredito que podemos subir no ranking do Pisa. A partir de agora, teremos novos formatos de educação, o ensino híbrido vai ser uma realidade cada vez mais constante.

Com a utilização de métodos pedagógicos eficientes, os pais não precisarão ficar nervosos por acompanharem os filhos na aula online e os professores reclamarem por não conseguirem prender a atenção dos alunos. Ainda há uma grande dificuldade em associar a tecnologia com metodologia de ensino, mas é uma realidade possível, como resultado gera grandes melhorias e benefícios para a educação.

* Ronei Pasquetto é especialista em políticas educacionais pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e Diretor de Inovação da Big Brain Education


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