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O retorno para o ambiente físico das empresas: Qual a conduta certa para ter eficiência?

Por Viviane Vicente *

No momento em que muitos se preparam para retornar ao ambiente físico da empresa após um período de quarentena, sabemos que a experiência de trabalhar em um escritório ou outro local compartilhado não será a mesma durante algum tempo. [read more=”Continuar lendo…” less=”Menos”]

Algumas organizações estão redesenhando seus escritórios para assegurar o distanciamento físico e evitar aglomerações. Muitas empresas exigem o uso de máscaras durante todo o horário de trabalho, ou o posicionamento detrás de telas de acrílico.

Outras medidas são ampliar os arranjos de teletrabalho, ou, de acordo com as configurações de cada ambiente, revezar equipes fisicamente presentes em dias ou horários alternados. O fato é que, até que uma vacina esteja disponível em larga escala, nossa convivência com colegas e clientes se dará de forma diferente.

Este não é exatamente um momento de retorno, e sim de mudança. Não será como voltar das férias, mas também não como mudar de emprego. Não previmos a pandemia, e as estimativas quanto às consequências que ela traria são derivadas de múltiplas interpretações.



Para encontrar o novo caminho do sucesso e da performance, nossos maiores aliados serão o senso de compromisso, a tolerância, a empatia e a ética.

Algumas condutas podem ajudar nessa adaptação, e se cada um fizer a sua parte, poderemos avançar nos projetos e manter a continuidade das relações profissionais e a satisfação no trabalho sem colocar a saúde em risco.

1. A ameaça ainda existe
A pandemia não está definitivamente controlada, e, portanto, ao retornar a algumas rotinas antigas, é importante permanecermos atentos às orientações das autoridades de saúde e às políticas de cada empresa ou edifício. Enquanto persistir a recomendação de distanciamento social, manter a distância de pelo menos um metro entre pessoas ajudará a evitar o contágio.

Não se ofenda se alguém decidir, por exemplo, não entrar no elevador com você – respeite as regras e a necessidade de cautela de cada um. Rebelar-se contra as determinações do empregador ou de locais visitados revelará imaturidade, descuido e descaso com o outro.

2. Como praticar a gentileza sem correr riscos?
Ainda não chegou o momento de nos aproximarmos fisicamente ou nos cumprimentar com aperto de mão, abraço e o beijinho no rosto que caracteriza alguns contextos. Enquanto isso, para saudar os colegas, um sorriso, a mão sobre o coração e palavras afáveis são sinais inequívocos de polidez e do prazer em rever alguém.

Usar o telefone com mais frequência para contatar as pessoas, ao invés de confiar exclusivamente em mensagens escritas, ajudará a retomar as relações neste momento em que muitos ainda vivem a insegurança e tristeza pelo tempo passado em isolamento, e possivelmente pela enfermidade ou perda de alguém querido.

3. Crie uma lista de prioridades
Ao retornar ao escritório, faça um levantamento de tarefas e documentos que porventura ficaram sem atenção. Crie uma lista de prioridades de acordo com a importância ou urgência de cada um deles.

Cheque o seu histórico de mensagens e e-mails para verificar se alguma solicitação ficou sem resposta nesse período; sendo o caso, desculpe-se e prepare a resposta aguardada assim que possível. Use cautela ao cobrar resposta de outros e suspenda o julgamento até conhecer sua situação específica.

4. E se nem todos voltaram ao ambiente físico?
Se você retornou ao escritório, mas tem colegas, clientes ou fornecedores em outras localidades, eles podem não estar no mesmo ritmo. Além disso, para alguns, o trabalho em casa foi mais produtivo; para outros, menos.

Procure entender a realidade de cada um e coordenar os melhores horários e meios para cumprir tarefas interdependentes, a fim de que todos tenham a chance de contribuir com o seu melhor.

5. Cuidado consigo e com os outros
Ainda que as organizações tenham intensificado os procedimentos de limpeza do ambiente, evitar o risco deve ser responsabilidade de todos: não deixe seus pertences espalhados, e procure higienizá-los periodicamente.

Evite ceder ou tomar emprestado qualquer utensílio ou material que não seja de uso comum. Os de uso comum devem ser higienizados com ainda mais frequência. Mantenha o asseio e as práticas saudáveis; caso presencie alguém violando as recomendações de precaução, gentilmente lembre-o das condutas que protegerão a todos.

6. Tenha comprometimento e empatia
A volta ao ambiente comum pode provocar reações conflitantes. Aqueles que não se adaptaram à rotina de teletrabalho verão o retorno ao escritório como um alívio, uma volta para (a segunda) casa.

Outros, que já eram a favor da ideia ou acabaram se surpreendendo positivamente com o trabalho remoto, poderão ficar decepcionados ao enfrentar o trânsito costumeiro para chegar ao escritório, ou encontrar dificuldades para lidar com filhos que se acostumaram a ter os pais ali pertinho. Ter empatia para compreender as impressões e sentimentos de cada um é importante.

7. Privacidade e confidencialidade
A saúde de cada um não deve ser assunto de todos. É fundamental manter a discrição e respeitar a privacidade dos colegas. Deixe que a empresa e as autoridades de saúde façam o seu trabalho no que tange à notificação de doenças.

Caso não concorde com as políticas estabelecidas pelo empregador ou observe comportamentos antiéticos, utilize-se dos canais apropriados para oferecer reclamações ou sugestões – sem fofoca.

8. O que a alta gerência deve ter em mente ao projetar as novas configurações?
Para estabelecer as condições da volta ao ambiente comum, a colaboração entre departamentos é fundamental, a fim de respeitar a prioridade de funções e tarefas e entender quais dependem de horários específicos; para além das configurações do espaço, algumas funções podem se revelar aptas a serem exercidas totalmente fora do ambiente compartilhado.

Por outro lado, se a empresa tem escritórios espalhados por diferentes cidades ou países, será preciso incorporar as diversas realidades locais ao desenhar as novas regras.

9. Como líder, como posso motivar minha equipe neste período ainda delicado?
A competência do momento será a de change management. As rotinas de avaliação, necessidades de colaboração, e oportunidades de mentoria e aprendizado, que já haviam sido adaptados para o ambiente virtual, possivelmente exigirão uma nova adaptação, para ocorrerem em um ambiente “híbrido”.

É importante que os liderados sejam incluídos nas discussões e tenham clareza quanto aos processos decisórios, para que sua realidade seja fielmente retratada, e expectativas não sejam construídas sobre falsas premissas. Líderes devem manter a seriedade, demonstrar resiliência, e ter sensibilidade em relação à situação particular de cada membro da equipe frente à pandemia.

 

* Viviane Vicente é Consultora de Comportamento Organizacional e Fundadora da Rispetto Consulting

 

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